Folha de S. Paulo


Ex-assessor do PP é denunciado pela Lava Jato

Giuliano Gomes/Folhapress
Ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu, preso na 29ª fase da Lava Jato, chega ao IML de Curitiba para fazer exame de corpo de delito
João Claudio Genu, preso na 29ª fase da Lava Jato, chega ao IML de Curitiba para fazer exame

O ex-funcionário do PP João Claudio Genu foi denunciado à Justiça pelos procuradores da Lava Jato nesta sexta-feira (24) sob suspeita de receber R$ 6 milhões em propinas fruto de desvios na Petrobras. Ele é acusado de pertencer a organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também foram denunciados sua mulher, Cláudia Contijo Genu e seu sócio Lucas Amorim Alves, além de Jayme Alves de Oliveira Filho, Rafael Ângulo Lopes e Carlos Rocha ("Ceará"), que trabalhavam para o doleiro Alberto Youssef.

Genu está preso preventivamente desde maio, quando a PF deflagrou a 29ª fase da Lava Jato, batizada de "Repescagem".

Assessor do deputado José Janene, que morreu em 2010, Genu foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal em novembro de 2012) no escândalo do mensalão do PT por ter sacado R$ 1,1 milhão das empresas do publicitário Marcos Valério. Em 2014, após recurso, ele foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro e teve a pena reduzida.

Na Lava Jato, Genu é acusado de receber propina da cota do PP e por ter atuado com o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa para cobrar propinas de empreiteiras que tinham contrato com a Petrobras.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha, o advogado de Genu, Marlus Arns, disse que ainda não havia tido acesso à denúncia. O defensor afirmou, porém, que não há nenhuma prova sobre ele ser um dos articuladores do esquema, como sustenta o Ministério Público.

Arns ainda declarou que a colaboração premiada é "uma possibilidade de defesa" no caso do seu cliente, mas que não há nada sendo negociado nesse sentido.


Endereço da página:

Links no texto: