Folha de S. Paulo


Gestão de crédito consignado era base do esquema apurado na Custo Brasil

O suposto esquema de corrupção que baseou a operação Custo Brasil, realizada nesta quinta (23), envolvia o superfaturamento de serviços de gestão do crédito consignado de servidores federais.

O controle dos empréstimos era feito pela empresa de tecnologia Consist, contratada pelo Ministério do Planejamento. Segundo a investigação, a Consist recebia R$ 1 de cada parcela de crédito consignado pago, quando o valor de mercado desse serviço era de R$ 0,30.

De 2010 a 2015, período em que o esquema teria funcionado, a empresa acumulou cerca de R$ 140 milhões. Desse valor, cerca de R$ 100 milhões -em torno de 70% do contrato- foram repassados ao PT e a agentes públicos, ainda de acordo com a apuração.

Desses 70%, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (governo Lula) se beneficiava de 9,5% do montante, dizem os investigadores. O valor teria caído pela metade em 2011, quando ele deixou o ministério, e, em 2012, teria sido reduzido para a margem de 2%.

Como funcionava o esquema

O dinheiro teria sido usado para pagar pessoais, como salários de dois empregados, aluguel de garagem, loft, entre outros. Quem fazia esses pagamentos era, segundo a Polícia Federal, o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Bernardo.

O PT, segundo a investigação, também tinha participação ativa no esquema. O ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso na Lava Jato, é apontado como o responsável por definir a distribuição dos recursos.

Paulo Ferreira, tesoureiro que antecedeu Vaccari do partido, também é alvo de mandado de prisão por ser suspeito de participar da contratação da empresa.

Paulo Bernardo, Vaccari e Ferreira tiveram mandados de prisão preventiva expedidos.

Também constam na lista de alvos com ordem de prisão: o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia da Silva, Nelson Luiz de Oliveira Freitas, ex-titular de uma das vice-presidências dos Correios, Washington Luiz Viana, Daisson Silva Portanova, Joaquim José Maranhão, Guilherme de Salles Gonçalves, Emanuel Dantas do Nascimento e Dércio Guedes de Souza.

PRINCIPAIS ALVOS DA OPERAÇÃO CUSTO BRASIL


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