Folha de S. Paulo


Marcos Valério pede para fazer delação sobre mensalão tucano

Jackson Romanelli - 1º.fev.2013/Agência O Globo
BELO HORIZONTE, MG, BRASIL, 01-02-2013: O publicitário Marcos Valério, envolvido no escândalo do mensalão, sai da sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG), após depor acompanhado pelo advogado Sérgio Marcelo (atrás). (Foto: Jackson Romanelli /Infinito/Agência O Globo) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O publicitário Marcos Valério, envolvido no escândalo do mensalão, após prestar depoimento em 2013

O publicitário Marcos Valério de Souza propôs ao Ministério Público de Minas Gerais nesta quinta-feira (16) um acordo de delação premiada sobre o mensalão tucano. Ele é réu no caso e foi condenado pelo mensalão do PT.

Segundo a defesa de Valério, o documento foi protocolado na 17ª Promotoria do Patrimônio Público de Belo Horizonte. Em abril, Valério também propôs à Justiça do Paraná apresentar informações sobre conexões entre o mensalão e a Lava Jato. O acordo ainda não foi fechado.

Procurada, a Promotoria de Minas confirmou o recebimento do pedido e afirmou que irá avaliá-lo.

O publicitário cumpre pena de 37 anos, desde 2012, por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e peculato. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Nelson Hungria, em Contagem (Grande Belo Horizonte).

"Temos muitos fatos novos a relatar e o que posso dizer é que a delação dele será bem aproveitada", afirmou à Folha o advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior.

Kobayashi Júnior não divulgou detalhes dos pedidos e das informações que Valério fez no documento para "não estragar o acordo".

Considerado um "embrião" do mensalão petista, o episódio é de 1998 e envolveu o desvio de recursos públicos para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).

Azeredo foi condenado em primeira instância a 20 anos de prisão e responde em liberdade. Ele nega as acusações.

Valério era considerado o operador dos esquemas e é acusado de lavar dinheiro em suas empresas de publicidade, a DNA e a SPM&B.

Neste mês, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes determinou a abertura de um inquérito para investigar o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), sob acusação de ter participado de maquiagem de dados do Banco Rural, em 2005, com o objetivo de esconder o mensalão tucano em CPI.

Aécio diz que "jamais interferiu ou influenciou nos trabalhos de qualquer CPI".


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