Folha de S. Paulo


No PSDB, grupo anti-Doria busca alternativa para a Prefeitura de SP

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress
SÃO PAULO, SP - 20.03.2016: PRÉVIAS PARA PREFEITO DO PSDB SP - Na foto Bruno Covas, governador Geraldo Alckmin, João Dória Junior e Alexandre de Moraes. Acontece neste domingo (20) a votação para escolha do candidato a prefeitura da cidade de São Paulo pelo PSDB. (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress)
Geraldo Alckmin, João Doria, Bruno Covas e Alexandre de Moraes em votação nas prévias do PSDB

Sem a perspectiva de cancelar na Justiça a prévia que definiu João Doria como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, tucanos contrários ao empresário avaliam novo nome para fazer oposição ao afilhado político do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Após a derrota do vereador Andrea Matarazzo, que deixou o partido e hoje é pré-candidato a prefeito pelo PSD, o grupo, capitaneado pelo ex-governador Alberto Goldman e pelo senador José Aníbal, entrou com representação contra Doria no Ministério Público Estadual por abuso de poder econômico na campanha das prévias.

O promotor José Carlos Bonilha, da 1ª Zona Eleitoral, diz haver indícios de que Doria praticou irregularidades ao usar recursos que não são do fundo partidário para sua campanha das prévias.

O Ministério Público, contudo, só deve ajuizar ação depois que a candidatura estiver registrada na Justiça Eleitoral.

Diante do novo quadro, a estratégia traçada será a de apresentar um nome de oposição na convenção do PSDB, em 23 de julho, mesmo que o estatuto do partido estabeleça esta reunião apenas como instrumento homologatório das prévias.

O nome de Aníbal vem sendo aventado, mas ele disse não ter "conhecimento do assunto" e estar "focado" em seu mandato no Senado.

O objetivo principal é apenas marcar posição, já que os opositores de Doria reconhecem a dificuldade de reverter o resultado da prévia na convenção.

Segundo um integrante desse grupo, no entanto, a partir daí, a divisão interna estaria "oficializada" e os dissidentes "se sentirão livres" para trabalhar abertamente por Matarazzo.

A ideia ainda enfrenta resistência, contudo.

Os contrários à proposta usam como justificativa a resolução do PSDB paulista que diz que os filiados do partido têm o dever de votar em tucanos e estão proibidos de dar qualquer tipo de apoio a candidatos rivais, sob ameaça de serem expulsos.


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