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Testemunhas podem atrasar comissão do impeachment em uma semana

Eduardo Anizelli/Folhapress
Raimundo Lira (à dir.) e o relator Antonio Anastasia em reunião da comissão do impeachment em maio
Raimundo Lira (à dir.) e o relator Antonio Anastasia em reunião da comissão do impeachment em maio

A comissão especial do impeachment deverá atrasar os seus trabalhos em, pelo menos, uma semana devido ao grande número de testemunhas que ainda terão que ser ouvidas. O presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), informou nesta quinta-feira (9) que todo o calendário já estabelecido pode ser postergado.

Até agora, a comissão ouviu duas testemunhas indicadas pela acusação e duas apresentadas por senadores aliados ao presidente interino Michel Temer. Outras quatro pessoas, também indicadas por senadores da base, seriam ouvidas nesta quinta, mas a sessão foi cancelada devido ao cansaço dos integrantes do colegiado.

Dessa forma, a comissão iniciará a semana com a oitiva, na segunda (13), de quatro pessoas indicadas por parlamentares aliados: Leonardo Albernaz, secretário de macroavaliação governamental do Tribunal de Contas da União; Tiago Alvez Dutra, secretário de Controle Externo do TCU; Marcus Pereira Aucélio, ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional; e Ester Dweck, ex-secretária de Orçamento e Finanças.

Na terça (14), a comissão ouvirá as últimas duas testemunhas apresentadas por senadores: Marcelo Saintive, ex-secretário do Tesouro Nacional, e Marcelo Amorim, ex-coordenador-geral de Programação Financeira do Tesouro Nacional.

No mesmo dia, a comissão começa a oitiva das testemunhas apresentadas pela defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, que atua agora como advogado da petista no processo, apresentará nesta sexta-feira (10) uma nova lista de testemunhas, totalizando 40 indicações.

A comissão deve ouvir também na terça o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, e o ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência Gilson Bittencourt.

O relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), ainda analisará a nova lista apresentada por Cardozo. Ele pode indeferir alguns nomes mas a palavra final será do plenário da comissão. É possível que o número de testemunhas diminua mas, de acordo com Lira, a ampliação do prazo para as oitivas já está acertado e está dentro das expectativas para o funcionamento da comissão.

Assim, a data para o depoimento da presidente Dilma Rousseff pode passar do dia 20 para o dia 27 de junho. O novo calendário será proposto por Lira na reunião da próxima segunda e terá que ser referendado pela comissão. Se for aprovado, o trabalho da comissão pode ser encerrado apenas na metade de agosto e não mais no início do mês.


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