Folha de S. Paulo


Pedido de prisão da PGR é inédito, mas ex-presidentes já foram detidos

Nesta terça-feira (7) foi revelado que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

É a primeira vez que a PGR pede a prisão de um ex-presidente da República, mas não a primeira que um deles é de fato encarcerado. No Brasil, três ex-presidentes e um presidente em exercício do mandato já foram presos.

O primeiro foi Hermes da Fonseca, que governou o país de 1910 a 1914 e foi detido em 1922, durante o governo de Epitácio Pessoa, por participação em uma revolta militar. Ficou na prisão de julho de 22 a janeiro de 1923.

Depois, foi a vez de Washington Luís, o primeiro presidente preso no exercício da função. Ele foi detido no término de seu mandato, após ser deposto pelos militares. Passou 27 dias encarcerado no Forte da Guanabara, em razão do golpe que levou Getúlio Vargas ao comando do Poder Executivo.

Seu predecessor, Artur Bernardes, presidente de 1922 a 1926, também não teve sorte: participou da Revolução de 1932 e terminou preso e exilado em Portugal.

O próximo ex-presidente a ser detido foi Juscelino Kubitschek, em 1968. Presidente de 1956 a 1961, ele organizou, após o golpe de 1964, a Frente Ampla, que visava a redemocratização do país.

Após o AI-5, foi detido por alguns dias e o movimento da Frente Ampla terminou sendo extinto.


Endereço da página:

Links no texto: