Folha de S. Paulo


Temer se reunirá com ministro da AGU para discutir situação na pasta

Pedro Ladeira -1.jun.2016/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 01-06-2016, 10h00: O presidente interino Michel Temer, acompanhado do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e do presidente em exercício da câmara dos deputados Fernando Giacobo (PR-PR) durante Cerimônia de Posse de Maria Silvia Bastos Marques, no cargo de Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos senhores Paulo Rogério Caffarelli, no cargo de Presidente do Banco do Brasil, Gilberto Occhi, no cargo de Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Parente, no cargo de Presidente da Petrobras e Ernesto Lozardo, no cargo de Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente interino Michel Temer (PMDB)

O governo interino de Michel Temer pode começar a semana com mais uma crise na Esplanada. Nomeado para chefiar a AGU (Advocacia-Geral da União), Fábio Osório entrou na bolsa de apostas do Palácio do Planalto como próximo ministro que pode ser exonerado do cargo.

Em conversas reservadas, o presidente interino tem manifestado insatisfação e irritação com as decisões e o comportamento do ministro, cuja situação é avaliada como "delicada" por auxiliares e assessores presidenciais.

O peemedebista pretende se reunir na segunda-feira (6) com o advogado-geral para discutir sua situação.

A reclamação principal se deve à atitude do ministro no imbróglio envolvendo o comando da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).

O Palácio do Planalto pretendia no mês passado publicar uma medida provisória acabando com o estatuto atual, extinguindo o conselho curador e reformulando o formato da emissora.

O objetivo era, além de diminuir o tom ideológico do canal governamental, evitar contestações jurídicas sobre a demissão do jornalista Ricardo Melo, afastado do cargo de diretor-presidente.

Na última quinta-feira (2), contudo, o ministro do STF Dias Toffoli deu liminar autorizando o retorno de Melo.

Também desagradou ao peemedebista o fato de Osório ter viajado para participar de evento em Curitiba na semana do ocorrido, em vez de ter ficado em Brasília para liderar a estratégia jurídica.

O presidente interino ficou incomodado com o fato de o ministro ter aberto sindicância sobre a conduta do ex-advogado-geral José Eduardo Cardozo na defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no impeachment.

Osório tomou a iniciativa sem consultar a cúpula do Planalto, que considerou a medida desnecessária.

Neste sábado (4), diante dos boatos de demissão, o advogado-geral concedeu entrevista à Rádio Gaúcha.

Ele disse ser vítima de "ataque difamatório " e "especulação mentirosa". Defendeu ainda que o governo apure a origem dos boatos e faça uma espécie de "faxina ética" para descobrir a origem deles.

Em nota, Osório disse que, "apesar das ilações equivocadas sobre sua atuação, permanece trabalhando na defesa do Estado Brasileiro e dos atos do presidente da República, sempre com responsabilidade, equilíbrio, seriedade e transparência.


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