Folha de S. Paulo


Se gestão Temer degringolar, tomamos uma providência, diz Janaína Paschoal

Entrevista de Janaína Paschoal

A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment que levou ao afastamento da presidente Dilma Rousseff, disse que tomará uma providência em relação ao presidente em exercício se "perceber que a coisa degringolou".

"Esse presidente que está em exercício, e o que virá –não sei quem virá–, você tem que dar um tempo para [ele ou ela] mostrar [seu trabalho]. Mas se a gente começa a perceber que a coisa degringolou, acho que tem que tomar uma providência", disse. "Acho que não tem volta, acho que vai cair muita gente ainda. E tem que cair", acrescentou.

A afirmação foi feita em entrevista a uma plataforma de conteúdo da FecomercioSP, gravada no dia 24 de maio (assista à íntegra).

Na ocasião, Paschoal afirmou que voltaria a atuar em outro processo de impeachment se achasse fosse necessário. "Quero crer que os nossos governantes vão aprender que não dá mais para eles fazerem qualquer coisa e ficar por isso mesmo", disse.

A advogada caracterizou esse momento vivido pelo Brasil, com muitos movimentos de rua atentos à movimentação de políticos, como um "processo de depuração" que não se encerrará com a eventual queda de Dilma.

"Esse processo todo não está acontecendo para a gente conquistar uma rápida estabilidade. É um processo de depuração", afirmou. Alguns defensores do impeachment de Dilma apontavam para a expectativa de que a ascensão de Temer serviria para recuperar a estabilidade econômica.

Paschoal também passa um recado para os políticos que esperavam tranquilidade após o afastamento de Dilma: "Muitas pessoas talvez estejam assustadas porque imaginavam o seguinte: 'Afasta a presidente Dilma, tudo vai para o seu lugar'. Tira um que está mais visível e todo mundo fica confortável? Não".


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