Folha de S. Paulo


Delegados pedem a ministro da Justiça mandato para diretor-geral da PF

Delegados da Polícia Federal pediram nesta quarta-feira (01) ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em audiência em Brasília, que seja definido um mandato de três anos para o cargo de diretor-geral da PF e no máximo uma recondução por igual período.

Além do mandato, os delegados pediram que seja respeitada, para uma futura nomeação de um diretor-geral, a ordem de votação de uma lista tríplice formada por delegados da PF, a exemplo do critério adotado desde 2003 para a nomeação do procurador-geral da República. O nome para ocupar o cargo é escolhido entre os membros do Ministério Público Federal e nomeado pelo presidente da República, que apenas corrobora a votação dos procuradores.

As reivindicações foram entregues a Moraes pelos dirigentes da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), que afirma manter 2.257 filiados.

O presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral, disse que o ministro tomou notas dos pedidos e prometeu analisar e dar uma resposta. Moraes evitou se comprometer com os pleitos dos delegados mas, segundo Sobral, "começou-se a construir uma agenda de diálogo".

Segundo o presidente da ADPF, o mandato é necessário para que o diretor-geral "possa continuar exercendo suas funções sem correr o risco de ser demitido". A ADPF também defende que um futuro mandato não seja coincidente com o mandato do presidente da República.

"A Polícia Federal investiga atos de corrupção praticados por membros do governo que tem acesso a recursos públicos, inclusive do alto escalão. Isso pode trazer um descontentamento e gerar uma pressão para a destituição de um diretor-geral", disse Sobral.

A ADPF também entregou uma lista de 75 "enunciados", resultado do VI Congresso Nacional dos Delegados da Polícia Federal, realizado em Vitória (ES) em 2014. São, de acordo com a ADPF, "tópicos norteadores" da política da PF "no enfrentamento ao crime organizado".


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