Folha de S. Paulo


Moro quebrou sigilos de Sérgio Machado antes de delação

Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress
Juiz federal Sérgio Moro defende cooperação internacional contra corrupção
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato

Antes de buscar uma delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em inquérito sigiloso do qual é alvo na primeira instância.

O avanço das investigações contra si foi o que levou Machado a buscar uma delação. Nos próprios diálogos que gravou com outros políticos, o ex-presidente da Transpetro relatou medo de ser preso por determinação de Moro e pede ajuda para que seu caso fique no Supremo.

A Folha apurou que, no ano passado, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba pediu a Moro as quebras de sigilo contra Machado, o que demonstra terem encontrado indícios de que seria necessário aprofundar as investigações.

Em dezembro, Machado foi alvo de operação de busca e apreensão solicitada pela Procuradoria-Geral da República, em complemento ao trabalho iniciado pela equipe de Curitiba.

Além das quebras dos sigilos, outros elementos usados pelos investigadores em Curitiba são documentos entregues pelo empreiteiro Leo Maniero, da empresa paulista Codrasa, relatando irregularidades na Transpetro.

O empresário disse, em um relato entregue por escrito, que a gestão de Sérgio Machado aumentou o superfaturamento das obras na subsidiária da Petrobras e que ele era o controlador do cartel na Transpetro.

A delação fechada por Machado também inclui a colaboração de um de seus filho, Expedito Machado Neto. O acordo de colaboração foi homologado na semana passada pelo Supremo. A informação foi divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Expedito teria indicado aos procuradores o caminho do dinheiro desviado da Transpetro para políticos ligados ao PMDB.


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