Folha de S. Paulo


Caso Jucá embala oposição, e governo leva mais de 5 horas para aprovar MP na Câmara

Com a oposição do PT, PC do B e PSOL, a base de apoio de Michel Temer (PMDB) precisou de mais de cinco horas para conseguir aprovar uma medida provisória no plenário da Câmara, em votação que só terminou à 1h40 desta terça-feira (24).

Sob o argumento de que o governo atual é "ilegítimo" e "golpista", o PT e os outros partidos de esquerda pegaram embalo no caso de Romero Jucá (PMDB), que acabou deixando o ministério do Planejamento nesta segunda-feira (23) após a Folha revelar que ele, em gravação, sugeriu que uma gestão Temer promoveria um pacto para deter as investigações da Lava Jato.

Esses partidos usaram recursos previstos no regimento para atrasar a análise de projetos, entre eles a apresentação de sucessivos requerimentos de adiamento de votação. Como ocorre nesse tipo de sessão, houve muita discussão e bate boca.

O embate no plenário da Câmara mostra que o presidente da República interino terá dificuldades na implantação da agenda legislativa que defende, que inclui reformas polêmicas, como a da Previdência e a tributária.

"Vamos chamar o senador Jucá para vir aqui explicar o que está acontecendo no esgoto desse governo", discursou já na madrugada desta terça o líder da bancada do PT, Afonso Florence (BA). Os defensores do governo Temer acusaram o PT de defender o "quanto pior, melhor" ao dificultar a aprovação de uma MP editada pela presidente afastada, Dilma Rousseff.

A medida provisória aprovada, 708/15, autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal que 15 Estados passaram a administrar a partir de 2002. O texto tem que ser analisado ainda pelo Senado.

PT, PC do B e PSOL prometem tentar inviabilizar nesta terça a aprovação da revisão da meta fiscal na sessão do Congresso Nacional (que reúne os deputados e senadores), com início previsto para as 11h.


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