Folha de S. Paulo


Sem admitir interesse eleitoral, Serra assume Itamaraty 'falido'

Bruno Poletti - 8;out.2015/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 08.10.2015: EVENTO-SP - O senador José Serra na festa de cem anos da Unibes - União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social, na Estação Júlio Prestes, em São Paulo. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress)
O senador José Serra (PSDB-SP), que assume o Itamaraty

Ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador, ex-ministro da Saúde e do Planejamento e agora senador licenciado, José Serra (PSDB-SP) volta ao governo federal após 14 anos com a tarefa de recuperar o prestígio do Itamaraty.

Da cota pessoal do presidente interino Michel Temer (PMDB), o tucano assumirá o Ministério de Relações Exteriores com orçamento reforçado, se efetivada a incorporação da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Serra, 74, assim terá alguma atuação econômica na gestão interina de Temer —seu pleito inicial era a Fazenda, que acabou entregue ao ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

Ambos disputavam o posto como possível palanque para a eleição presidencial de 2018. Caso Serra venha a se lançar candidato, será sua terceira tentativa de ocupar o Palácio do Planalto.

Ele foi derrotado em 2002 por Luiz Inácio Lula da Silva e em 2010 por Dilma Rousseff.

Sua gestão à frente do Estado de São Paulo é questionada em meio a denúncias criminais de formação de cartel e fraude de licitações em 2009 e 2010 da empresa do governo paulista CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Serra disse, em diferentes ocasiões, que o seu governo conseguiu reduzir o preço da compra de trens.

O tucano ainda aparece em planilha divulgada pela Operação Lava Jato de mais de 300 políticos supostamente beneficiados por possíveis repasses da empreiteira Odebrecht. Ele não comentou o caso.

Enquanto ministro da Saúde, idealizou a lei de incentivo aos genéricos, que reduziu o preço dos medicamentos. Também foi reconhecido pela ONU pelo programa de combate à Aids.

Paulistano da Mooca, Serra é descrito como centralizador, e seu hábito de trabalhar à noite se tornou folclórico.

Militante estudantil, condenado à prisão após o golpe militar em 1964, exilou-se no Chile e nos Estados Unidos até voltar ao Brasil, em 1978.


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