Folha de S. Paulo


Cinco ex-ministros de Dilma votaram pelo seu afastamento no Senado

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 07-05-2015, 13h00: O senador Edison Lobão (PMDB-MA). Sessão solene de Promulgação da PEC da Bengala, no plenário do senado federal. O presidente do senado senador Renan Calheiros (PMDB-AL) presidiu a sessão, que teve a presença do presidente da câmara dos deputados dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e dos ministros do STF Ricardo Lewandowski (Presidente do STF) e Gilmar Mendes. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ex-ministro de Minas e Energia e atual senador Edison Lobão (PMDB-MA)

Cinco ex-ministros de Dilma Rousseff votaram pela abertura do processo de impeachment contra a petista no Senado. Dois nomes, contudo, chamam a atenção pela proximidade que mantiveram com a presidente afastada a até pouco tempo.

Edison Lobão (PMDB-MA) esteve à frente do MME (Minas e Energia) desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permaneceu até 2015, quando foi demitido após suspeitas de envolvimento na operação Lava Jato.

Para justificar sua posição, disse que estava cumprindo um dever e votava pela abertura de uma investigação. "Não vim aqui para tripudiar sobre uma gladiadora ferida. Vim para o cumprimento do dever a que me obriga a Constituição. Meu voto é pela admissibilidade do processo de investigação proposto".

Outra surpresa veio de Garibalde Alves Filho (PMDB-RN), que chefiou o ministério da Previdência durante todo o primeiro mandato de Dilma. Em discurso, saudou um "eventual" governo de Michel Temer e afirmou que houve crime de responsabilidade na gestão da petista.

Também votaram pelo afastamento de Dilma os senadores Marcela Crivella (PRB-RJ), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Marta Suplicy (PMDB-SP), que comandaram, respectivamente, Pesca, Integração e Cultura no governo Dilma.

Ao todo, foram 55 votos pela aprovação da abertura do processo de impeachment de chefe do Executivo afastada e 22 contrários. Havia 78 senadores em plenário - presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não votou.

Para acatar o pedido de afastamento, era preciso o voto da maioria simples, ou seja, metade dos senadores presentes mais um.

Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil, e Armando Monteiro (PTB-PE), que deixou o Desenvolvimento para reforçar o placar a favor da petista, foram os únicos ex-ministros de Dilma que a defenderam em plenário.

Eduardo Braga (PMDB-AM), que chefiou Minas e Energia nos últimos meses, estava de licença médica e foi um dos três congressistas que não compareceram à sessão desta quarta-feira (11).

A presidente afastada Dilma Rousseff já foi notificada da decisão na manhã desta quinta-feira (12) e o presidente interino, Michel Temer, informado. Ele e sua equipe devem tomar posse esta tarde.


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