Folha de S. Paulo


Dilma exonera Lula e outros 27 ministros de seu governo

O "Diário Oficial da União" publicou na manhã desta quinta-feira (12) a exoneração de 28 ministros do governo Dilma Rousseff.

Os decretos com as exonerações foram assinados um dia antes de Dilma ser afastada do cargo em votação realizada pelo plenário do Senado. A presidente exonerou os ministros de 28 dos 32 ministérios do governo, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi exonerado do cargo de ministro da Casa Civil.

Entre os ministros exonerados estão o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

Uma das surpresas foi a exoneração do ministro interino dos Esportes, Ricardo Leyser.

Nesta quarta-feira (11), o ex-ministro Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência) informou que Leyser ficaria no cargo porque é um técnico, que também acumula a secretaria-executiva e tem a responsabilidade de coordenar, pelo governo federal, a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Como era esperado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que tem status de ministro, não foi exonerado. O argumento é que a saída de Tombini deixaria o banco sem comando, e o vice-presidente Michel Temer não teria como reconduzi-lo automaticamente.

O nome de presidente do BC é uma escolha do presidente da República, mas precisa ser aprovado pelo Senado para tomar posse. Ou seja, se Tombini saísse com todos os demais ministros de Dilma, o BC ficaria "acéfalo".

Os outros ministérios que não sofreram exonerações foram os da Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ciência, Tecnologia e Inovação. Todos eles estão ocupados interinamente.

TEREZA CAMPELLO

Em nota, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello, afirmou que tem "a convicção de que o afastamento temporário da presidenta Dilma Rousseff do cargo é um ato arbitrário, por não haver evidências de crime de responsabilidade que justifiquem o impedimento".

O comunicado ainda faz críticas ao governo Michel Temer. "Não participaremos de um governo usurpador de um mandato democraticamente eleito".


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