Folha de S. Paulo


Fundir pastas de Educação e Cultura é 'ponte para o atraso', diz Mercadante

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 12-04-2016, 12h00: A presidente Dilma Rousseff, acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), durante evento com estudantes pela democracia no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) com a presidente Dilma Rousseff em Brasília

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (11) que a proposta de fusão dos ministérios de Educação e Cultura em um eventual governo Michel Temer é uma "ponte para o atraso" e deve acabar por "subrepresentar" a cultura.

"Não precisa economizar com um ajuste fiscal absolutamente incompatível com as prioridades do país, e que não vai trazer ganho relevante, para subrepresentar a Cultura", afirmou. "É uma ponte para o atraso, para o passado e para o retrocesso", disse, em referência ao programa "Uma Ponte para o Futuro", apresentado pelo PMDB diante de um possível afastamento da presidente Dilma Rousseff.

O ministro comentou a proposta durante evento em que assinou um acordo entre os dois ministérios que propõe metas para ações conjuntas –como maior inclusão da cultura no currículo da educação básica e criação de incentivos à formação cultural dos professores.

'Como parceria, faz todo sentido. O que não faz sentido é a subordinação da [pasta da] Cultura à Educação. Alguém pode dizer: ah, mas já estiveram juntos. Educação também já esteve integrada à Saúde, e ninguém pode pensar em um país da dimensão do Brasil com ambos hoje em uma única estrutura", afirmou.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, também voltou a criticar a proposta de uma possível fusão. "É um retrocesso enorme, de mais de 30 anos, e com forte carga simbólica. Logo após a redemocratização, o MinC foi um dos primeiros atos democráticos de fortalecimento da cultura no Brasil. E, agora, às vésperas de um golpe, há essa ameaça", disse.

Esta não seria a primeira vez, no entanto, que o MinC perderia o status de ministério. No governo de Fernando Collor, entre 1990 e 1992, a pasta funcionou como uma secretaria da Presidência da República.


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