Folha de S. Paulo


Sessão do impeachment no Senado pode terminar só na madrugada

Geraldo Magela/Agência Senado
Plenário do Senado antes da sessão que analisa abertura de impeachment contra Dilma Rousseff
Plenário do Senado antes da sessão que analisa abertura de impeachment contra Dilma Rousseff

A expectativa dos senadores em plenário nesta quarta-feira (11) é que a sessão sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff termine após as 22h, podendo se prolongar até a madrugada de quinta (12).

A sessão que decidirá se a presidente será afastada ou não começou às 10h, um atraso de uma hora em relação ao previsto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ao todo, há 68 senadores inscritos para discursar. A base do governo deve apresentar questionamentos regimentais, entre eles contra a permanência do tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG) como relator do processo.

Apesar das contestações, os aliados de Dilma não acreditam numa surpresa a favor dela na votação.

"Hoje teremos mais uma sinalização política. Com o tempo, ficará claro a fragilidade do processo, de afastar uma presidente por uma questão contábil", disse à Folha o líder do PT, Paulo Rocha (PA), pouco antes de começar a sessão.

Rocha disse que conversou nesta terça (10) com o ex-presidente Lula. "Ele está na expectativa e se preparando para o dia seguinte a essa votação", afirmou.

PEDALADAS

Dilma é acusada de editar decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais". Sua defesa entende que não há elementos para o afastamento.

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse ter falado com a presidente na noite de terça. "Não tem como alguém estar tranquilo neste momento, mas ela está aguardando com a 'indignação dos justos'", afirmou a senadora.

Gleisi contou que, logo no início dos trabalhos desta quarta, o PT vai apresentar também uma questão de ordem pedindo a suspensão da sessão enquanto o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki não decidir sobre a ação apresentada pela AGU (Advocacia-Geral da União) contra o processo de impeachment.

Basta maioria simples dos presentes em plenário para que Dilma seja afastada por até 180 dias e julgada por crime de responsabilidade.

Levantamento feito pela Folha aponta que pelo menos 50 pretendem se manifestar pela admissibilidade.

Além de afastar a presidente, o placar desta quarta vai indicar a tendência para a fase final do processo, que exige 54 votos para que ela seja condenada e deixe o cargo definitivamente.

Editoria de Arte/Folhapress
CRONOGRAMA DO IMPEACHMENT Veja como será a votação desta quarta (11) e os próximos passos em caso de abertura de processo contra Dilma
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