Folha de S. Paulo


Manifestantes ocupam segundo andar do Planalto em apoio a Dilma

Eduardo Anizelli/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 09-05-2016: Manifestantes pro Dilma ocupam o Palacio do Planalto apos cerimonia de criacao de novas universidades e colam cartazes de protesto a favor da presidente Dilma. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
Manifestantes pró-Dilma ocupam andar do Palácio do Planalto

Representantes de movimentos contrários ao impeachment de Dilma Rousseff ocuparam nesta segunda-feira (9) parte do segundo andar do Palácio do Planalto, após evento com a presidente. Por volta das 16h, porém, o grupo deixou o local e parte dele se dirigiu para a frente do Congresso.

Faziam parte da ocupação representantes da UNE (União Nacional de Estudantes), Ubes (União de Estudantes Secundaristas), CMP (Central de Movimentos Populares), MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia), CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outros. A organização estima que, entre 11h e 16h15 desta segunda, cerca de 200 pessoas estiveram no local. Muitas delas, porém, foram embora assim que o evento no Planalto terminou.

Aos gritos de "ocupa e resiste" e "o Palácio é nosso", o grupo decidiu permanecer no Planalto após cerimônia com anúncio da assinatura de um projeto de lei para a criação de cinco novas universidades federais.

"Daqui não saio, já trouxe comida e roupa", disse a enfermeira Edva Aguilar, 59, filiada ao PT, enquanto mostrava uma mochila junto com um cartaz de "Fica, Dilma". "Somos o escudo de proteção da Dilma", definiu a enfermeira.

No início da ocupação, a disposição dos manifestantes era a de ficar "o quanto fosse necessário". "Não vamos sair de dentro do Palácio do Planalto até que a normalidade institucional seja reposta no país", afirmou Adriana Margutti, membro da Frente Brasil Popular. "Está sendo dado um golpe branco no Brasil. Cunha não pode destituir uma presidente eleita pelo voto popular", completou.

Os manifestantes também colaram nas janelas do Palácio do Planalto cartazes com dizeres de "Não ao golpe" e "Resistência e luta". Seguranças fecharam o acesso aos banheiros do prédio e retiraram as cadeiras que foram utilizadas no evento para tentar desestimular a permanência das pessoas. O acesso aos banheiros voltou a ser liberado por volta das 15h, em troca da retirada dos cartazes.

"Servidores administrativos estão agindo como sempre agem. É um fato fora da rotina, temos que administrar essas condições", disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que conversou com os manifestantes para organizar o processo. Segundo ele, o objetivo da ocupação era evitar que o governo do Distrito Federal isolasse a área e que movimentos deixem de ter acesso à Esplanada.

"Não podemos tratar como se estivéssemos em meio à normalidade democrática. Estamos vivendo um processo de instabilidade jurídica e institucional. A presença das pessoas aqui tem esse objetivo de dialogar com o governo para serem também ouvidos nesse momento", afirmou Pimenta.

Após deixarem o Planalto, o grupo prometia participar de um ato a favor da presidente Dilma às 18h na Esplanada do Ministérios, em Brasília. Manifestantes não descartavam, no entanto, uma nova ocupação do Palácio do Planalto.


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