Folha de S. Paulo


PMDB do Rio pressiona Pezão a tirar licença maior

Divulgação
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, 61, concluiu nesta quarta (20), a segunda etapa do tratamento quimioterápico a que se submete há um mês. De acordo com os médicos, o estado do governador é considerado bom com
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, 61, que trata um câncer

O PMDB do Rio decidiu pressionar o governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para tirar uma licença maior do que um mês para o tratamento do câncer.

O objetivo é dar mais poder ao vice-governador, Francisco Dornelles (PP), que ocupa interinamente o cargo.

A pressão, intensificada na semana passada, vem acompanhada de críticas ao secretariado e até mesmo à decisões do peemedebista quando estava no cargo.

O presidente da Assembleia, Jorge Picciani (PMDB-RJ), tem liderado o movimento. Ele pediu que Pezão se afaste por mais tempo, em vez de tirar licenças de um mês com sucessivas renovações –está há quase dois meses fora do cargo.

"Estamos com dois governadores e nenhum governador. Quem tem dois não tem nenhum. Mesmo tendo grande capacidade, Dornelles não tem condições de fazer o que se deve fazer", disse.

O governador começa nos próximos dias a terceira sessão de quimioterapia. Médicos estimam que o tratamento possa durar seis meses.

Picciani, que também preside o PMDB-RJ, fez críticas ao secretário de Fazenda do Estado, Julio Bueno.

Já a bancada do PMDB na Assembleia pediu a exoneração do secretário de Educação, Antônio Neto, pela má condução na negociação com estudantes que já ocupam mais de 70 escolas.

O movimento expõe a insatisfação do PMDB do Rio com Pezão desde o início de 2015, após a eleição. Até mesmo secretários buscaram o ex-governador Sérgio Cabral para se queixar do sucessor.

Os insatisfeitos viam pouca convicção nas decisões do governador e falta de diálogo. As críticas, que eram feitas no bastidor, passaram a ser públicas este ano.

Enquanto o governador se submete ao tratamento e o vice mantém a mesma equipe, Picciani tem ampliado sua atuação.

Ele defendeu que o Estado adiasse o pagamento das dívidas com a União em vez de atrasar o pagamento de aposentados.

"O governo está perdido. Continuo ajudando em matérias que são de Estado. Isso não quer dizer que tenha que concordar com a situação que está", disse Picciani.

Pezão e Dornelles não quiseram se manifestar.


Endereço da página: