Folha de S. Paulo


Cunha recebe poucos aliados e evita comentários sobre sua defesa

Eduardo Anizelli/Folhapress
GALERIA DA SEMANA - MAIO 01 - BRASILIA, DF, BRASIL, 05-05-2016, 19h00: O presidente da camara Eduardo Cunha, durante entrevista coletiva a imprensa na residencia oficial do presidente da camara, em Brasilia. Cunha foi afastado do cargo e do mandato pelo STF.
Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília

Contemplativo. É assim que aliados que visitaram Eduardo Cunha descrevem seu humor um dia após ser afastado de seu mandato e da presidência da Câmara por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo relatos, embora esteja menos abatido do que na quinta (5), Cunha tem falado pouco e, quando fala, pensa por alguns segundos antes de se pronunciar.

Cunha não tem feito comentários aos aliados sobre sua estratégia de defesa. Por vezes, parece disperso, dizem interlocutores.

Nos encontros desta sexta (6), perguntou mais sobre as comissões que estão em andamento na Câmara e comentou sobre a situação fiscal do país, que culminou em um novo rebaixamento da nota de crédito pela agência Fitch. No restante do tempo, ficou calado. Ouviu e quase não falou.

Cunha recebeu dois deputados nesta sexta, Rogério Rosso (PSD-DF), que presidiu a comissão de impeachment da presidente Dilma, e André Moura (PSC-SE). Apenas Rosso ficou para o almoço.

Pouco antes da chegada dos deputados, um carro sem identificação deixou caixas de verduras e legumes para a refeição. O custo da compra foi de aproximadamente R$ 500.

Quem conversou com Cunha durante o dia diz que o peemedebista preferiu não falar da decisão que o afastou da Câmara.

QUINTA

Na noite de quinta, após a decisão do plenário do STF, Cunha recebeu a visita de deputados aliados na sua residência oficial, no Lago Sul em Brasília.

Alguns deputados, como Beto Mansur (PRB-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), participaram de um jantar. Outros passaram na casa para cumprimentar Cunha, como Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Segundo relatos, o peemedebista estava com uma expressão abatida e falou pouco.

Ainda segundo eles, Cunha voltou a classificar como "absurda" a decisão judicial e disse que ela era motivada pela sua atuação no impeachment de Dilma Rousseff.


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