Folha de S. Paulo


Fenapef diz que nota que cita revolta contra o PT foi 'equívoco insanável'

Presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Luís Antônio Boudens afirma ter havido um erro no comunicado em que a entidade sustenta que a resistência do governo em conceder reajuste à categoria poderia influenciar nas investigações de corrupção a líderes do PT.

Conforme a Folha revelou nesta segunda (2), a nota oficial divulgada pela federação relacionava o sucesso da campanha salarial dos policiais com a atuação da corporação na Olimpíada do Rio de Janeiro e com apurações envolvendo quadros da legenda da presidente Dilma Rousseff.

Nesta terça-feira, Boudens entrou em contato com a reportagem para argumentar que o texto divulgado no dia anterior era apenas uma versão do comunicado oficial, enviado à imprensa sem revisão de parte dos dirigentes da entidade.

"Faltou conversa entre nós para aquilo ter saído. Quando a reportagem me procurou, fui surpreendido por um texto que eu desconhecia. Não temos escolha partidária. Foi um equívoco insanável", reconhece o presidente da Fenapef.

Um dos trechos do documento veiculado na segunda dizia que, se a decisão do Executivo federal descontentar os policiais, "analistas da PF" preveem "uma onda de revolta da categoria em relação ao PT, o que poderá repercutir até nas investigações de corrupção envolvendo lideranças do partido".

Alertava também para eventuais impactos na segurança da Olimpíada, em agosto. "Um resultado desfavorável (à Fenapef) poderá levar os policiais a manifestações nacionais, com pedido de apoio à população, bem como estabelecerá um ambiente de descontentamento tão grande que poderá comprometer a segurança dos Jogos Olímpicos".


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