Folha de S. Paulo


Estudantes ocupam escola de SP contra 'máfia da merenda'

Paulo Ermantino/Raw Image/Folhapress
Estudantes protestam contra os desvios na merenda e os cortes na rede estadual pelas ruas da região central de SP, nesta quinta-feira
Estudantes protestam contra os desvios na merenda e os cortes na rede estadual, nesta quinta-feira

Centenas de estudantes da rede estadual e escolas técnicas protestaram na tarde desta quinta-feira (28) contra a chamada máfia da merenda, que é investigada pelo Ministério Público, e pedindo que o governo estadual faça mais investimentos na área da educação.

Com cartazes que traziam dizeres como "fora ladrão da merenda", a manifestação se concentrou na avenida Paulista e seguiu até uma Etec (escola técnica) na rua dos Andradas, na Luz, centro de São Paulo. A Polícia Militar não informou o número de participantes.

No fim da tarde, manifestantes entraram no local e pediram reunião com a diretoria –na pauta estava, entre outras demandas, pedido para que haja refeições para alunos de escolas técnicas. Por volta das 21h, o grupo, com cerca de 50 alunos, fez uma assembleia e informou que passaria a noite no prédio.

A PM acompanhou o movimento e bloqueou os portões para evitar que mais manifestantes entrassem.

ALBA BRANCA

Deflagrada em janeiro, a operação Alba Branca investiga dois contratos da Coaf, cooperativa suspeita de fraudes, e a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB), para fornecimento de suco de laranja para as refeições de escolas públicas, no valor de R$ 11,4 milhões.

Alckmin nomeou, na semana passada, para a função de coordenador do Arquivo Público do Estado o ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação que é um dos investigados no caso, Fernando Padula.

Em grampos feitos pela Polícia Civil de Bebedouro, cidade no interior do Estado, em dezembro do ano passado, Padula é citado pelos funcionários da Coaf como "nosso amigo" –as escutas apontam que ele seria o contato do grupo dentro da Educação.

Padula é filiado ao PSDB. Em nota, o governo defendeu sua nomeação para a chefia do Arquivo Público afirmando que, em apuração da Corregedoria do Estado, nada ficou provado contra ele.

Outro político investigado no caso é o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), que nega envolvimento.


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