Folha de S. Paulo


Ex-diretora da sucursal do Rio é a nova ombudsman da Folha

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, Brasil, 20-04-2016 17h44: Retrato da jornalista Paula Cesarino, a nova ombudsman da Folha de S.Paulo, na redacao do jornal (foto Eduardo Knapp/Folhapress. PODER). Cod do Fotografo: 0716
A jornalista Paula Cesarino Costa, nova ombudsman da Folha, na redação do jornal

A jornalista Paula Cesarino Costa, 51, assume nesta segunda-feira (25) as funções de ombudsman da Folha. Ela substitui Vera Guimarães Martins, que exerceu o cargo por dois anos, desde abril de 2014.

Para Paula, em um ambiente politicamente polarizado, o jornalismo deve se assentar em "valores clássicos e consistentes: objetividade, precisão e transparência". "Minha proposta é estimular que sejam tirados do seu altar abstrato para a poeira do chão da Redação."

A nova ombudsman dá um exemplo. "Não basta ter uma acusação e o outro lado que a contesta. Muitas vezes tem-se a impressão de que o repórter escreve o que quiser no texto principal da reportagem e o acusado responde o que quiser no outro lado. Não pode ser verdade que o papel aceita tudo, como se costuma dizer entre nós", afirma.

"Os acusados têm de ser questionados sobre os pontos frágeis das respostas. E têm direito a uma exposição articulada de suas explicações."

No ano que vem, Paula completa 30 anos no jornal. Até fevereiro, ela assinava coluna sobre o Rio, onde mora desde 2004. Além de ter chefiado a sucursal carioca do jornal, foi secretária de Redação na área de edição (2000-2004), editora de política, negócios, cadernos especiais e coordenadora do Programa de Treinamento.

Paulistana, formada em jornalismo pela PUC-SP, estudou dois anos e meio no curso de biologia da USP e fez pós-graduação em cinema-documentário na FGV-RJ. Jogou handebol na adolescência e ainda joga futebol.

Moradora do Rio e esportista, diz que o desafio da cobertura da Olimpíada pelo jornal é não concorrer com a mídia televisiva. "Deverá buscar reportagens exclusivas relevantes e reveladoras dos atletas, das competições, dos dirigentes, do público e até da mídia televisiva, que também é personagem nesse caso."

Paula também destaca a importância da cobertura das eleições municipais, no segundo semestre. "A renovação da política brasileira deve começar pela base, pelas instituições políticas mais próximas dos leitores, como prefeituras e câmaras de vereadores. O jornal tem de estar preparado, atento, e, principalmente, revigorado e municiado para estimular ou mesmo capitanear os parâmetros dessa mudança."

CARGO

Paula será o 12o profissional a ocupar o cargo de ombudsman desde 1989, quando a função foi criada na Folha, primeiro jornal brasileiro a adotá-la. Sua antecessora, Vera Guimarães Martins, 58, será repórter especial. O mandato é de um ano e pode ser renovado três vezes –terminado o período, o profissional tem seis meses de estabilidade.

A palavra ombudsman surgiu na Suécia, em 1810, para designar defensor dos cidadãos ameaçados pelo Parlamento. Com o tempo, foram surgindo ombudsmans em empresas e universidades. A ideia chegou à imprensa em 1967, em um jornal do Kentucky (EUA).

Antes de Paula e Vera, atuaram como representantes dos leitores Caio Túlio Costa, Mario Vitor Santos, Junia Nogueira de Sá, Marcelo Leite, Renata Lo Prete, Bernardo Ajzenberg, Marcelo Beraba, Mário Magalhães, Carlos Eduardo Lins da Silva e Suzana Singer.

OS OMBUDSMANS DA FOLHA - Os jornalistas que já ocuparam a função

COLUNA RIO

O jornalista Marco Aurélio Canônico, atual diretor da sucursal carioca da Folha, passará a escrever a coluna Rio, da página A2 do jornal, às quintas-feiras, no lugar de Paula Cesarino. Às terças, assume o escritor Alvaro da Costa e Silva, o Marechal, autor do livro "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Ambos dividirão espaço com os jornalistas e escritores Ruy Castro, que publica às segundas, quartas, sextas e sábados, e Carlos Heitor Cony, titular da coluna aos domingos.


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