Folha de S. Paulo


'Não quero que pareça que estou conspirando', diz Temer ao 'NYT'

O jornal americano "The New York Times", um dos mais renomados do mundo, publicou em sua edição desta sexta-feira (22), uma entrevista com o vice-presidente da República, Michel Temer.

Publicada antes do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU, a entrevista foi parte de uma contraofensiva lançada por Temer na imprensa internacional para rebater a tese de que o possível afastamento da presidente representaria uma ruptura da ordem institucional do país.

"Não quero que pareça que estou conspirando para tomar o poder", disse Temer ao jornalista Simon Romero, do "NYT"

Apresentando-o como um político impopular e sob escrutínio do público e da Justiça, o diário americano cita recente pesquisa do Datafolha, que mostra Temer com apenas 2% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018.

Na entrevista, o vice-presidente também abordou a sua relação pessoal com Dilma, e afirmou que a última vez em que falou com a presidente foi no final do mês de janeiro. "Passei quatro anos no absoluto ostracismo. Nós não éramos amigos porque ela não me considerava um amigo"

Na publicação, Temer ainda rechaça as afirmações de Dilma e de aliados do governo de que há um 'golpe' em curso. "O impeachment é permitido pela Constituição brasileira", diz.

Perguntado sobre os escândalos de corrupção de aliados e de membros de seu partido, e especificamente sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Temer se esquivou: "É um assunto para o STF decidir". Sobre a Operação Lava Jato, o político afirmou que a corrupção "está sendo combatida como se deve"

O diário americano ainda menciona as dificuldades encontradas pelo político para a formação de um possível novo governo, citando a recusa do economista Armínio Fraga em participar de um eventual governo Temer e a hesitação do PSDB em se aliar ao vice-presidente.

Depois de elogiar ex-presidentes americanos como Theodore Roosevelt e Franklin D. Roosevelt, Temer afirma querer montar um "governo de unidade nacional" e um "governo de otimismo". "É necessário dar luz à esperança de novo", conclui o vice-presidente.

A entrevista foi concedida pelo vice-presidente durante 30 minutos, em seu escritório em São Paulo.

Time de temer


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