O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga se comprometeu a enviar estudos e indicar nomes para a área econômica de uma possível gestão do vice-presidente Michel Temer.
O acordo foi firmado durante jantar em São Paulo na noite desta segunda-feira (18) do qual participaram além do vice e do economista o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB.
Primeiro nome na lista de cotados para o Ministério da Fazenda em uma gestão Temer, Armínio já havia avisado a interlocutores do vice que não estava disposto a assumir uma pasta. Na conversa com Temer, se deteve a fazer um diagnóstico do momento atual e a apontar caminhos para o futuro.
Segundo Aécio, Armínio reconheceu que o momento é grave, mas ressaltou que a situação seria pior se a Câmara não tivesse aprovado a continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
O economista teria afirmado ainda que há "grande expectativa" em torno do que será uma administração capitaneada por Temer.
Para Aécio, o vice terá um prazo curto para mostrar a que veio e, por isso, deve acertar, ainda que apenas internamente, todo o time que tocará a economia.
Aí entrará a colaboração de Armínio Fraga. O economista ressaltou que há uma lista de nomes no mercado, gente jovem, entre 35 e 40 anos, que poderia auxiliá-lo.
Armínio falou sobre nomes que havia cotado para participar de sua gestão, caso Aécio Neves tivesse vencido as eleições em 2014. Naquela ocasião, o senador havia anunciado que, se subisse a rampa do Planalto, Armínio comandaria a Fazenda.
O tucano disse que seu partido fechou questão que não fará indicações a um eventual governo do peemedebista, mas que não vai "virar as costas para Temer, por que isso seria virar as costas para o Brasil". Ele ainda garantiu que, se o vice fizer convites de caráter pessoal, o partido não vai barrar a nomeação. "Não faremos como o PT".
Entre os tucanos, o senador José Serra (SP) é o mais cotado a assumir um posto em um ministério de Temer. Ele é amigo e conselheiro político do vice.