Folha de S. Paulo


Marina Silva defende que TSE faça novas eleições ainda neste ano

Alan Marques - 15.jan.2016/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 15.01.2016. A ex-senadora Marina Silva dá entrevista na sede da Rede, no Setor de Diversões Sul. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER *** ESPECIAL FIM DE SEMANA ***
A ex-ministra Marina Silva (Rede)

A ex-ministra Marina Silva (Rede) defendeu nesta segunda-feira (18), em entrevista coletiva convocada para comentar a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, que a Justiça Eleitoral faça novas eleições presidenciais ainda neste ano, simultaneamente às eleições municipais.

Marina disse que o impeachment "não é golpe", mas ressaltou que "o melhor caminho é do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", onde atualmente tramitam ações que pedem a cassação da chapa de Dilma e seu vice Michel Temer (PMDB) sob acusação de ter sido abastecida com dinheiro de corrupção.

Em sua avaliação, a legitimidade do impeachment não é prejudicada por ter sido conduzida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, pois, para ela, "quem deu legitimidade" foi o Supremo Tribunal Federal ao definir o rito. "Existe, sim, crime de responsabilidade", disse.

"Com o devido sentido de urgência, [o TSE] faz a cassação da chapa Dilma-Temer e convoca uma nova eleição ainda para este ano, com base inclusive na estrutura das eleições municipais que está completamente estabelecida", afirmou.

Na entrevista, Marina afirmou que é favorável ao parlamentarismo e que, na atual crise, "o presidencialismo de coalizão foi completamente tragado pela ação completamente fisiológica da composição do governo e da maioria no congresso".

Para ela, porém, a implantação do parlamentarismo teria que passar por um momento de transição, que seria a realização de novas eleições pelo TSE.

"Nós defendemos o parlamentarismo. Obviamente que não pode ser um parlamentarismo de ocasião, porque não se muda as regras do jogo durante o jogo. Temos mediante a Constituição as bases legais para mudar o regime de governo e isso precisa ser inteiramente observado", afirmou.

E completou: "Esse é um momento que temos que buscar uma transição, que possa ser pactuada, legitimada por uma nova eleição. Uma nova eleição é o que une os brasileiros, tanto os que são a favor do impeachment como os contrários".

Em sua opinião, um eventual governo Temer "não tem a menor possibilidade de ser uma saída para a crise, no meu entendimento. Praticaram juntos os mesmos erros que nos levou à crise econômica, política e ética".

O QUE A PRESIDENTE DILMA ENFRENTA NO TSE


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