Folha de S. Paulo


Com hipertensão, Dirceu é internado para bateria de exames

O ex-ministro José Dirceu foi internado na manhã desta segunda (18), no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, para uma bateria de exames que estava prevista para se estender até terça (19). No entanto, as consultas terminaram por volta das 10h, horário que ele retornou ao CMP (Centro Médico Penal), em Pinhais, onde está preso.

Na semana passada o juiz Sergio Moro autorizou a internação do petista, que vinha se queixando de dores de cabeça e apresentando um quadro de pressão arterial alta e distúrbio de ansiedade.

Para justificar a consulta do ex-ministro, o médico pessoal dele, Job José de Natividade Neto, apresentou um atestado médico. Ele destacou que o paciente sentiu dores de cabeça "intermitente, lancinante e sem fator de melhora ou piora" por 20 dias e afirmou que a unidade prisional não tem o serviço radiologia necessário.

Durante os dias em que estará internado, o ex-ministro poderá receber visitas de seus advogados e familiares.

SAÚDE AGRAVADA PELA CRISE

Pessoas próximas a Dirceu relataram à Folha que o quadro de hipertensão e ansiedade do petista se acentuou com a acentuação da crise do governo Dilma. Acostumado a receber nomes do PT que se consultam sobre o cenário político brasileiro, Dirceu não esconde sua preocupação com os rumos do país e do PT.

Além de se dedicar a essas conversas, Dirceu passou boa parte de sua rotina estudando seu processo na Lava Jato e apontando aos advogados contradições nas delações premiadas que os citavam, como a do lobista Fernando Moura. Muitas vezes, chegava a enviar as anotações a mão. A expectativa é que a sentença dele saia no início de maio.

Recentemente o ex-ministro havia trocado seus remédios para pressão, mas ainda sentia desconforto.

Outra ponto de preocupação que o incomoda é como levantará dinheiro para sustentar a esposa Simone e a filha pequena Maria Antônia, que costumam visitá-lo pelo menos uma vez por mês.

NOVA FUNÇÃO

No último mês o petista está mais satisfeito com o trabalho que passou a exercer no CMP.

Atualmente é um dos responsáveis pela biblioteca do presídio e passa no local a maior parte do tempo. Outros nomes, como o ex-deputado André Vargas, ainda estão envolvidos com atividades consideradas piores, como a faxina.


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