Folha de S. Paulo


De 21 deputados investigados na Lava Jato, 16 apoiaram impeachment

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 17.04.2016. O deputado Bruno Araujo dá seu voto, que faz 342 votos, na sessão da Câmara dos Deptuados que aprovou o pedido de Impeachment da presidente Dilma Rousseff. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
Momento em que o processo de impeachment é aprovado na Câmara

Dos 21 deputados federais atualmente com mandato na Câmara e que são alvo de investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) em decorrência da Operação Lava Jato, 16 votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, quatro foram contrários e um não compareceu à sessão.

Entre os deputados investigados pela Lava Jato, o mais atacado ao longo de toda a sessão pelos integrantes do bloco governista foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por exemplo, o chamou de "gangster" no momento em que foi votar contra o impeachment, enquanto Silvio Costa (PTdoB-PE) o qualificou de "bandido".

Por decisão dos ministros do STF tomada em fevereiro, Cunha já foi tornado réu em um processo criminal, sob acusação de corrupção, e enfrenta outro inquérito que apura contas secretas na Suíça.

Cunha é acusado por delatores de ter se beneficiado do pagamento de propina no esquema da Petrobras.

Dos outros 15 deputados enrolados na Lava Jato que votaram pelo impeachment de Dilma, 14 são do PP (Partido Progressista). São eles Simão Sessim (RJ), Dudu da Fonte (PE), José Otávio Germano (RS), Lázaro Botelho Martins (TO), Luis Carlos Heinze (RS), Dilceu Sperafico (RS), Jerônimo Goergen (RS), Luiz Fernando Ramos Faria (MG), Nelson Meurer (PR), Renato Molling (RS), Roberto Balestra (GO), Aguinaldo Ribeiro (PB), Arthur Lira (AL) e José Afonso Hamm (RS).

Outro deputado favorável ao impeachment, Missionário Olímpio, havia sido do PP quando começou a investigação da Lava Jato, mas migrou para o DEM de São Paulo neste ano.

Do PP sob apuração na mesma investigação, apenas dois votaram contra o impeachment: Waldir Maranhão (MA) e Roberto Pereira Britto (BA).

Além de Eduardo Cunha, Arthur Lira também já foi alvo de uma denúncia protocolada pela PGR (Procuradoria Geral da República). Os outros deputados são investigados, mas os inquéritos continuam em andamento. Os integrantes do PP têm contra si a mesma suspeita: terem se beneficiado do pagamento de valores relativos às obras obtidas em cartel por empreiteiras na Petrobras.

Os investigados que votaram contra o impeachment foram José Mentor (PT-SP) e Vander Loubet (PT-MS), além de Maranhão e Britto.

O deputado ausente foi Aníbal Gomes (PMDB-CE), que é investigado em inquérito associado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo o líder da bancada do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), Aníbal passou por um cirurgia para tratar um "grave" problema de saúde.


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