A PGR (Pocuradoria-Geral da República) informou nesta sexta-feira (15) que repatriou US$ 54 milhões desviados da Petrobras em contratos da estatal com empresa holandesa SBM Offshore, investigados na Operação Lava Jato.
O valor foi desviado por intermédio do lobista Julio Faerman, que assinou o acordo de delação premiada e se comprometeu a devolver as quantias depositadas em bancos da Suíça.
A SBM, especializada na construção de plataformas de exploração de petróleo, é acusada pelo MPF de pagar cerca de U$S 42 milhões em propina para ex-funcionários e diretores da Petrobras, em troca de negócios com a estatal, entre 1997 e 2012.
Para firmar contratos de consultoria e representação com a SBM Offshore, Julio Faerman criou a Faercom Energia Ltda, no Rio de Janeiro, em junho de 1995. Em 2004, ele aceitou como sócio Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva, com quem constituiu, em 2006, a Oildrive Consultoria em Energia e Petróleo Ltda., também no Rio de Janeiro.
De acordo com a PGR, as comissões de vendas variavam entre 3% e 10%, dependendo do tipo de contrato da SBM com a Petrobras ou outra empresa, do material fornecido e da existência ou não de licitação. Invariavelmente, Faerman e Luis Eduardo recebiam 1%, no Brasil, em contas da Faercom e mais tarde da Oildrive.
A SBM transferia o restante para contas na Suíça de empresas offshore pertencentes a Faerman, isoladamente ou em conjunto com Luis Eduardo, constituídas principalmente nas Ilhas Virgens Britânicas e no Panamá.
Segundo informações da Procuradoria, dessas contas na Suíça, em nome de offshores, eles orientavam os bancos a transferirem recursos para empregados da Petrobras, tendo como fundamento os contratos da estatal com a SBM, constituindo propina.
Em contrapartida, a SBM recebeu tratamento diferenciado, como informações sobre empresas concorrentes e a estimativa de preço esperado pela Petrobras em licitações.