Folha de S. Paulo


Interpol exclui Maluf de sua lista de procurados na internet

Flavio Florido/UOL
O ex-prefeito Paulo Maluf em entrevista para a Folha Poder
O ex-prefeito Paulo Maluf

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de procurados pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

A Folha procurou o deputado, sua assessoria de imprensa e seu advogado. Todos se recusaram a falar sobre o caso.

Os nomes do deputado e do filho foram incluídos na lista em 2010, em uma relação chamada "alerta vermelho". Eles apareciam na página da Interpol na internet como procurados por duas condenações nos Estados Unidos: fraude e roubo.

Maluf poderia ser preso caso fosse ao exterior, já que a ordem de prisão poderia ser executada nos 189 países além do Brasil onde a polícia internacional atua.

O deputado foi condenado pela Justiça de Nova York –que pediu sua prisão preventiva em 2007– pelo crime de "conspiração em quarto grau" por ter usado uma agência bancária da metrópole americana para depositar dinheiro desviado das obras da avenida Água Espraiada, feita durante o período em que foi prefeito de São Paulo (1993-1996).

Segundo a Promotoria do Estado americano, US$ 11,7 milhões dos recursos desviados passaram pelo banco Safra. Ele nega as acusações.

Em maio de 2014, segundo a Folha antecipou, os advogados do deputado em Nova York propuseram um acordo à Promotoria do Estado americano, pelo qual o pepista pagaria uma multa de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões, à época) para se livrar da ordem de prisão preventiva.

Maluf também entregaria um anel de Sylvia Maluf que estava nos Estados Unidos, avaliado em US$ 250 mil (R$ 557 mil, também em valores da época). O anel, de rubi e diamantes, foi enviado para ser leiloado nos EUA e acabou apreendido.

JUSTIÇA FRANCESA

Em março de 2016, a Justiça francesa condenou o deputado a uma sentença de três anos de prisão, por considerar que ele, junto com a mulher e o filho, chefiou uma quadrilha, com a mulher e o filho, para lavar pelo menos US$ 7 milhões (R$ 27 milhões), produto de corrupção e de recursos públicos desviados no Brasil.

A quantia de dinheiro lavado na França ultrapassa US$ 7 milhões entre os anos de 1996 e 2003.

Os recursos abasteceram três contas em nome de Sylvia Maluf, nas agências parisienses do JP Morgan, Crédit Industriel d'Alsace Lorraine e Crédit Agricole.

Antes de chegar a Paris, diz a decisão, o dinheiro saiu do Brasil e circulou por contas secretas em pelo menos quatro paraísos fiscais: Suíça, em Luxemburgo, nas Ilhas Cayman e Bahamas.

Cabe recurso à Corte de Apelação francesa. Segundo deputado, todo o dinheiro das contas é legal.


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