Folha de S. Paulo


Para evitar traições, Dilma definirá nova equipe antes de impeachment

Alan Marques - 17.mar.2016/Folhapress
BRASILIA, DF, 17.03.2016, BRASIL, Presidente Dilma Rousseff discursa na posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. Foto Alan Marques / Folhapress
Presidente Dilma Rousseff

Na tentativa de evitar traições, a presidente Dilma Rousseff determinou à sua equipe acertar com PP, PR e PSD até o fim desta semana os novos postos que eles irão ocupar no governo federal após a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.

Nesta quarta-feira (6), a expectativa do Palácio do Planalto é que estes partidos façam uma sinalização de apoio à gestão petista, o que servirá como senha para a montagem final da nova equipe ministerial.

Sob pressão do grupo governista do PMDB, a petista anunciou nesta terça (5) que não efetuará qualquer mudança ministerial antes da votação do impeachment em plenário, cuja expectativa é que ocorra em 17 de abril.

O adiamento, apesar de garantir o apoio de setores peemedebistas contra o impeachment, é avaliado como arriscado por assessores e auxiliares presidenciais, para os quais ele pode estimular traições dentro do PP, PR e PSD.

Para evitar que elas ocorram, a presidente quer deixar claro aos três partidos com antecedência o que eles ganharão caso ela seja mantida no cargo.

Pelo esboço definido nesta terça, a intenção é manter a oferta ao PP do Ministério da Saúde. Barrado o impeachment, o argumento do Palácio é que o partido se tornará o maior da base aliada e, por isso, deverá ocupar uma pasta de peso, já que o PMDB rompeu com o governo.

A ideia é que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) ocupe a pasta e o atual ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, seja deslocado para a presidência da Caixa Econômica Federal. Em seu lugar, seria nomeado o deputado federal Cacá Leão (PP-BA).

Nesta quarta, deputados e senadores do PP vão se reunir para tomar uma decisão sobre se aceitarão novos cargos no governo.

Sob influência de Lula, Dilma voltou a cogitar entregar o Ministério da Agricultura para o PR, retirando a ministra Kátia Abreu (PMDB) da pasta e a deslocando para outra função. Além do Ministério dos Transportes, já chefiado pelo partido, a intenção é entregar também a ele a vice-presidência do Banco do Brasil.

Em relação ao PSD, a ideia é oferecer ou Aviação Civil ou Minas e Energia, duas pastas ocupadas por ministros peemedebistas.


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