Folha de S. Paulo


Entidades fazem manifestação contra Dilma e impeachment em São Paulo

A avenida Paulista foi palco de mais uma manifestação nesta sexta-feira (1º). Mas, dessa vez, os gritos de protesto contra o PT e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff soaram juntos.

A manifestação realizada pela Conlutas —central sindical ligada ao PSTU e crítica ao governo federal– teve como principal lema o "fora todos", pedindo o afastamento de Dilma, Lula, Aécio Neves, Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha e a realização de novas eleições gerais.

Para eles, o impeachment não é solução, pois só colocaria no poder as mesmas forças políticas que estiveram no comando do país nos últimos anos.

"Estamos fazendo a manifestação para mostrar que o Brasil não está polarizado só em PT, PSDB e PMDB", afirmou Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

"As outras manifestações não tiveram a participação da classe trabalhadora. Quando você vai na base, você vê que o 'fora todos' é o verdadeiro sentimento do trabalhador brasileiro", disse o sindicalista, que cogita até a realização de uma greve geral para forçar a realização de novas eleições.

O ato desta sexta começou por volta das 16h, mas ganhou força por volta das 17h, quando começaram os discursos em carros de som que desde o início da tarde bloquearam a faixa de ônibus da avenida Paulista em frente ao Masp.

Às 18h os manifestantes fecharam o sentido consolação da Paulista. Por volta das 19h, os dois lados da avenida foram fechados enquanto os manifestantes faziam o contorno pela praça do Ciclista.

O ato foi encerrado no prédio do escritório da presidência, também na avenida Paulista.

Entre as entidades que participaram estavam os sindicatos dos Metalúrgicos, dos Trabalhadores da Alimentação do Vale do Paraíba, dos Químicos de São José dos Campos, dos Trabalhadores dos Correios, Movimento Luta Popular, PSTU, Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre) e Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba).

Segundo os organizadores, entre 2 mil e 3 mil pessoas participaram da manifestação. Eles planejam ainda realizar um ato nacional na avenida no dia 1º de maio (Dia do Trabalho) para se contrapor aos atos da CUT (a
favor do governo) e da Força Sindical (que defende o impeachment).

Tiago Ribas/Folhapress
Movimentos de esquerda fazem manifestação contra Dilma e contra o impeachment
Movimentos de esquerda fazem manifestação contra Dilma e contra o impeachment

FORA TODOS

Apesar da posição radical dos manifestantes, não foram registrados atos hostis entre os manifestantes ou das pessoas que passavam pela avenida Paulista.

"Acho que essa é uma posição válida, fora dessa polarização que tem hoje", afirmou o advogado Alexandre Rocha Matos, 43, que passou em frente ao protesto por volta das 17h.

As reivindicações do grupo ganharam o apoio da auxiliar de limpeza Tereza Neulma, 47, que saía do trabalho e defendeu uma mudança de governo.

"Acho que é hora de uma mudança, porque quem sofre mais é o pobre, que não tem emprego", afirmou.

Tiago Ribas/Folhapress
Movimentos de esquerda fazem manifestação contra Dilma e contra o impeachment
Movimentos fazem manifestação contra Dilma e impeachment em SP

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