Folha de S. Paulo


Movimentos sociais fazem atos contra impeachment em 25 capitais na quinta

Manifestações pró-Dilma 31/03/2016

Movimentos sociais e sindicatos realizam atos contra o impeachment em ao menos 25 capitais e outras 31 cidades brasileiras nesta quinta-feira (31).

A pauta das manifestações também critica o ajuste fiscal promovido pelo governo e repudia a possibilidade de reforma da Previdência.

O protesto mais importante, segundo os organizadores, será em Brasília, para onde irá a maioria das lideranças dessas entidades. É esperado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareça ao evento, mas sua assessoria não confirma a informação.

A concentração de esforços na capital federal marca uma mudança na estratégia dos grupos pró-governo, que pretendem, agora que o processo de impeachment entra em período decisivo, pressionar de perto senadores e deputados. Na última série de protestos anti-impeachment, no dia 18, o maior ato foi em São Paulo.

"A partir de agora, Brasília vai ficar cada vez mais importante porque precisamos influenciar os setores golpistas", afirma Tiago Pará, do Levante Popular da Juventude.

A data, 31 de março, foi escolhida para coincidir com o aniversário de 52 anos do golpe militar de 1964. "Para fazer um paralelo com o golpe que está em curso agora", explica Raimundo Bonfim, coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares).

Ao todo, mais de 60 entidades participam do evento organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A primeira reúne movimentos historicamente ligadas ao PT, como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes), enquanto a segunda é composta, entre outros, por MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Psol.

SÃO PAULO

O ato na capital paulista, batizado de "Canto da Democracia", acontece na praça da Sé, das 16h às 21h.

"Escolhemos o mesmo lugar onde foi a manifestação pelas Diretas-já, para mostrar que, como naquela ocasião, estamos lutando pela democracia", afirma Bonfim.

Haverá apresentações de artistas entre os discursos de líderes sindicais e de político –organizadores confirmaram a participação dos grupos Mistura Popular e Trio Alvorada, além da cartunista Laerte.

Não há expectativa de público definida. "O mais importante agora não é quantas pessoas comparecem, mas que tenhamos atos cotidianamente em todo o Brasil", diz Pará.

FORA DO BRASIL

Há ainda previsão de atos em oito cidades fora do Brasil: Berlim, Barcelona, Cidade do México, Montevidéu, Munique, Londres, Paris e Santiago.


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