Folha de S. Paulo


Cinco diretórios do PMDB não enviam representantes à reunião de ruptura

Em uma demonstração de força do vice-presidente Michel Temer, apenas cinco diretórios estaduais do PMDB não enviaram representantes à reunião que sacramentou o desembarque do partido do governo Dilma Rousseff, realizada nesta terça-feira (29).

Não participaram do encontro do diretório nacional do PMDB integrantes do partido em Alagoas, Amazonas, Pará, Sergipe e Mato Grosso. Os três primeiros são comandados por aliados dos senadores Renan Calheiros, Eduardo Braga e Jader Barbalho, neste momento contrários à ruptura do partido com o Palácio do Planalto.

Os demais Estados mandaram pelo menos um representante, como foi o caso do Maranhão. Aliado do governo federal, o ex-presidente José Sarney preferiu não comparecer, mas sua filha, a ex-senadora Roseana Sarney, fez questão de apoiar o desembarque.

No caso do Rio de Janeiro, que era considerado um dos últimos diretórios estaduais aliados ao governo federal, dirigentes nacionais como Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral e Eduardo Paes não foram. Eles, no entanto, enviaram aliados ao evento, como os secretários municipal Pedro Paulo (Governo)) e estadual Marco Antonio Cabral (Esporte).

A REUNIÃO

A oficialização da saída do partido durou menos de três minutos. Aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente" e "Fora PT", a legenda aprovou moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer a orientação.

O vice-presidente do partido, Romero Jucá, leu a moção, de autoria do diretório regional da Bahia, assinada por Geddel Vieira Lima.

O texto fala em "imediata saída do PMDB do governo com entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobediência a esta decisão em instauração de processo ético contra o filiado".

A votação ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi decidido que não haveria exposição dos peemedebistas que se posicionassem contrários à decisão.

"A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo em nome do partido do PMDB", afirmou Jucá.


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