A CGU (Controladoria-Geral da União) confirmou à Folha nesta quarta-feira (23) ter sido procurada pela empreiteira Odebrecht para a negociação de um acordo de leniência.
A iniciativa partiu da Odebrecht e se dá em um momento em que o órgão estava próximo de encerrar o processo administrativo que poderia tornar a empresa inidônea, proibindo-a de fechar novos contratos com o poder público.
O processo contra a Odebrecht e a Odebrecht Óleo e Gás, empresa do grupo, foi aberto pela CGU em 11 de março do ano passado.
Procurada pela Folha, a CGU confirmou que houve contato da empresa, mas informou que não pode dar detalhes porque a legislação prevê sigilo nesse tipo de negociação.
Pelas regras do acordo de leniência, a empresa admite ter cometido ilícitos, acerta o valor de uma indenização, implanta programas de controle interno e fornece informações sobre as irregularidades. Em troca, se livra da inidoneidade.
É necessário que a empresa e a CGU cheguem a um consenso em relação a essas condições para que o acordo seja efetivamente fechado.
A própria Odebrecht havia anunciado a iniciativa em nota divulgada na noite de terça (22).
Nesta quarta, porém, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba negou ter sido procurada pelos executivos da empresa para acordos de delação premiada, colocando em dúvida a informação da Odebrecht.
Outras empreiteiras investigadas na Lava Jato também negociam acordos de leniência com a CGU. Dentre elas estão a Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Setal e UTC.
Nenhum, até o momento, foi fechado.