Folha de S. Paulo


Grupo pró-impeachment volta a acampar na calçada da Paulista

Mais de dez horas após a retirada da Paulista pela Tropa de Choque da Polícia Militar, um grupo pró-impeachment voltou montar acampamento em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na noite de sexta-feira (18).

Nas duas noites anteriores, ao menos cem pessoas se revezavam no local. Desta vez, os manifestantes montaram oito barracas de acampamento em frente a Fiesp. Segundo líderes do movimento, 37 pessoas foram cadastradas.

Algumas pessoas se abrigavam do frio da madrugada dentro das barracas de acampamento. Outras, sentadas no muro da estação de metrô Trianon-Masp, usavam bandeiras do Brasil ou mantas para se proteger do frio. Uma mesa de plástico com água e bolachas foi colocada próximo às barracas.

Próximo ao acampamento, foi colocada uma faixa improvisada com a frase " Impeachment quem quer? Os honestos".

O empresário Cristóvão Eduardo Flores Villavicencio disse que o grupo fez uma reunião por volta das 21h30 para distribuir responsabilidades, como quem vai cuidar das barracas, cadastro e alimentos.

Nesta madrugada, todos os manifestantes presentes foram cadastrados e receberam uma espécie de fita que foi amarrada ao pulso.

"Estamos primeiro preocupados com a organização do pessoal e em fazer um planejamento de como será manifestação", disse.

PAULISTA ABERTA

Policiais usaram bombas de gás e caminhão com canhão de água para dispersar os manifestantes, parte dos quais, acampados na avenida Paulista desde a última quarta-feira (16).

Foi a primeira vez que a PM usou jato de água em grandes protestos. Inicialmente, apesar de já possuir os mesmos blindados israelenses, o uso era evitado -devido a uma possível crítica relacionada à crise hídrica. Em protestos do MPL (Movimento Passe Livre) recentes, a PM também preferiu métodos mais agressivos, como o uso de balas de borracha.

Após um movimento rápido dos policiais, a avenida foi desobstruída e o trânsito liberado. Ninguém foi preso.

Houve gritos contra Geraldo Alckmin, como "Ladrão de merenda".

Os portões da entrada da estação Trianon-Masp foram fechados pela própria equipe do metrô. Os manifestantes que saíram das ruas ocupavam, agora, a calçada.


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