Folha de S. Paulo


PSDB adia prévias para definir candidato a prefeito de São Paulo

O PSDB de São Paulo adiou para 30 de abril o segundo turno das prévias das eleições que definirá o candidato do partido à prefeitura paulistana. A decisão foi tomada em reunião da Executiva municipal do partido na noite desta quarta-feira (16). A mudança da data da segunda etapa do pleito, que estava marcada para o próximo domingo (20), foi aprovada por 6 votos a 5.

O pedido foi feito pelo vereador Andrea Matarazzo, que disputa a eleição interna com o empresário João Doria, apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin. Ele usou o argumento de que não seria legítimo realizar o segundo turno antes de o partido analisar a impugnação da candidatura de Doria.

"Hoje o partido deu uma demonstração de grande responsabilidade. Aqui não fecharemos os olhos para a ilegalidade, a corrupção e o uso da máquina pública em favorecimento de ninguém. Não compactuaremos com as mesmas práticas do PT no Brasil", afirmou Matarazzo depois da reunião.

O vereador e seus aliados acusam o empresário de abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores no dia da votação do primeiro turno e infrações da lei da Cidade Limpa.

Na semana passada, o ex-governador Alberto Goldman, e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, autores da representação contra o empresário, anexaram ao processo um pen-drive com fotos e vídeos que comprovariam supostas irregularidades cometidas pelo empresário durante o pleito.

O processo está sendo analisado pelo diretório municipal do partido e só seria analisado depois do dia 20. Doria nega ter cometido irregularidades e deve apresentar sua defesa nos próximos dias. Caso seja impugnado, o segundo turno seria disputado entre Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli, que ficou em terceiro lugar na primeira etapa.

O presidente do diretório municipal, vereador Mário Covas Neto, foi voto vencido. Ele classificou a mudança de data como "imprópria" e afirmou temer que, "a quatro dias das eleições", fique com "a insegurança de o segundo turno ser realizado ou não".

A decisão do municipal pode ser revogada pelo diretório estadual, que é controlado pelo governador Geraldo Alckmin.


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