Folha de S. Paulo


Tucano apresenta projeto para tentar barrar Lula em ministério

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 11.03.2016 - Bruno Covas formaliza apoio ao pre-candidato Joao Doria no segundo turno das prévias do PSDB . (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: PREVIAS PSDB
Bruno Covas ao lado do tucano Joao Doria

O deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) apresentou nesta terça-feira (15) um projeto de lei para tentar impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma um ministério no governo Dilma Rousseff. Lula tem dito a aliados que não tem como recusar os apelos da presidente para ir para a Esplanada, provavelmente a Secretaria de Governo.

Alvo da Lava Jato, Lula ganharia prerrogativa de foro privilegiado caso vá mesmo para o governo. Em caso de denúncia, a ação teria de ser julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), saindo das mãos do juiz Sérgio Moro.

A proposta do tucano torna obrigatório que todos os ministros de Estado tenham curso superior. Na justificativa, Covas afirma que o projeto tem como objetivo "impedir que se efetive notícia vinculada em diversos meios de comunicação", segundo a qual, "a presidente Dilma Rousseff deve acomodar em seu Ministério indivíduos que buscam foro privilegiado em detrimento do interesse público".

Lula concluiu o ginásio e aos 14 anos foi admitido no curso técnico de torneiro mecânico do Senai.

À Folha, o deputado afirmou que, caso a presidente nomeie Lula ministro, ela "resolve ignorar as manifestações de domingo, o que diz a população e abre mão dos últimos princípios que restavam".

"Nomear alguém para ter foro privilegiado é o fim do mundo", disse Covas.

Questionado se a proposta não reforça a ideia de que o PSDB é um partido elitista, o deputado afirmou que o projeto não está relacionado aos cargos eletivos. "O eleito precisa representar a população, pode ou não ter curso superior. Agora um auxiliar direto da presidente, ocupando cargo de ministro de Estado, tem que ser alguém que tenha conhecimento", afirmou.

Para ser aprovado, no entanto, o projeto precisa passar pelas comissões especiais, pelos plenários da Câmara e do Senado e, só depois de toda a tramitação, ser levado à presidente da República.


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