Folha de S. Paulo


'O PMDB não pode ser um capitão que abandona o navio', diz Kátia Abreu

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 19.01.2016. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, dá entrevista sobre a política do governo para o setor. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER *** ESPECIAL FIM DE SEMANA ***
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB)

Contra a declaração de independência do PMDB ao governo federal, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu (TO), lembra que o partido tem um compromisso com a administração de Dilma Rousseff e avalia que ele não pode ser dissolvido por conveniência momentânea.

Para ela, a sigla é sócia do governo tanto no bônus como no ônus e, por isso, a decisão de independência pode não ser compreendida pela população.

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Folha - Chegou a hora do PMDB se tornar independente do governo no Congresso?
Kátia Abreu - É uma questão que deve ser avaliada com profundidade, porque às vezes uma atitude que alguns acham que pode agradar a população pode ter o efeito contrário e o tiro pode sair pela culatra. O PMDB não tem com o governo um acordo circunstancial, mas um acordo que nasceu de duas eleições presidenciais. Um partido que está há cinco anos em um governo em posição de destaque é sócio no ônus e no bônus. Mesmo com toda a rejeição que a presidente possa ter neste momento, acho que a população não compreenderia essa dissolução por conveniência momentânea. Não acho que é momento de ficar independente do governo. O PMDB não pode ser um capitão que abandona o navio na hora da tempestade.

Diante de denúncias de corrupção e cenário de recessão, por que o PMDB deve continuar apoiando o governo?
A presidente é uma pessoa correta e nada foi provado contra ela. Ela não participou e não fez conluio com tudo isso que aconteceu. Que os culpados e os investigados possam ser acusados ou absolvidos.

O vice Michel Temer está à frente do PMDB desde 2001 e deve ser reeleito novamente. A que se deve a falta de alternância de poder no partido?
O fato de não ter alternância é um ponto negativo, mas, como ponto positivo, a pessoa que está à frente do partido é distinta, correta, tem a admiração da sigla e o país conhece. Chegará o momento correto da substituição.

Por que o PMDB deve lançar candidatura própria a presidente da República em 2018?
É uma grande oportunidade para o partido, que tem bons nomes. Como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o vice-presidente e o senador Roberto Requião, que também está pleiteando. Embora não concorde com suas ideias, o senador tem legitimidade de concorrer. As pesquisas estão apontando que há um cansaço por parte da população da disputa PT e PSDB. O PMDB é o maior partido do país e tem toda condição de ter um candidato próprio. Chegou a hora.


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