Folha de S. Paulo


'Medida foge à normalidade', diz coordenador jurídico do PSDB

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 08-10-2015, 11h00: O presidente do PSDB senador Aecio Neves (MG), acompanhado do líder do partido na câmara dep. Carlos Sampaio (SP). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e coordenador jurídico, deputado Carlos Sampaio (SP)

A oposição decidiu não referendar de pronto o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pelo Ministério Público de São Paulo. Para o vice-presidente nacional do PSDB e coordenador jurídico da legenda, o deputado Carlos Sampaio (SP) a medida "é inusual" e não tem embasamento jurídico sólido.

"Não é uma conduta usual fazer a denúncia e pedir a prisão do investigado", afirmou. "Isso foge à normalidade. [Lula] ser processado é correto. Aguardar o julgamento, é correto, mas não é porque temos divergências políticas que vou querer para ele algo diferente do que quero para qualquer cidadão", concluiu o deputado, que é promotor público de carreira.

Em nota, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), também condenou a ação. "Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até porque o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e apreensões muito recentemente buscando provas", disse o senador.

"Vivemos um momento incomum na vida nacional. É preciso ter prudência", concluiu Cunha Lima.

O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN) também não celebrou a medida do Ministério Público. "O momento é de extrema tensão e é preciso ter moderação, equilíbrio e confiança nas instituições", disse o senador.

Ele defendeu ainda que a lei seja a única métrica para qualquer tipo de ação.

Nos bastidores, os principais articuladores da oposição afirmam que, um pedido de prisão preventiva de Lula sem "bases sólidas" seria, nesse momento, um desserviço.

Alvo de uma ofensiva da Lava Jato na semana passada, o ex-presidente disse ter se sentido "prisioneiro" e a oposição viu nesse discurso uma tentativa de vitimização. Acreditam que, agora, com a ação do Ministério Público paulista, a tese de que há perseguição a Lula deve ser explorada com mais força pelo PT e o Palácio do Planalto.


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