Folha de S. Paulo


Cunha nega manobra e diz não ter nada a ver com assinatura falsa

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstrou irritação nesta quarta-feira (9) ao ser questionado sobre a possível assinatura falsa de um aliado seu no Conselho de Ética. Dizendo que não iria comentar, afirmou que não faz manobra para enterrar o seu processo de cassação.

"É brincadeira [manobras]. (...) Todo mundo que praticar qualquer ato errado e ser responsável pelo ato, ele tem que ser, de uma certa forma, investigado. Não sei o que aconteceu, não cabe a mim, não diz respeito a mim", afirmou.

Cunha participou pessoalmente da última ação de seus aliados para tentar enterrar seu processo no Conselho de Ética da Câmara. Na noite do dia 1º, ele esticou uma sessão plenária esvaziada, mantida apenas por discursos de sua tropa de choque no Conselho de Ética, com o intuito de tentar evitar a votação do seu caso no órgão. O Conselho só poderia retomar o trabalho com o fim da atividade do plenário principal.

O atraso na votação permitiu a chegada ao Conselho da renúncia de Vinícius Gurgel (PR-AP), aliado de Cunha, que naquele dia estava fora de Brasília. A ausência do deputado estava permitindo a votação de um suplente do PT, contrário a Cunha.

Como a Folha mostrou nesta quarta (9), laudos periciais dizem que é falsa a assinatura de Gurgel constante na carta de renúncia.

"Segurei não [sessão], estava discutindo a medida provisória em processo de obstrução [de deputados] para não cair a medida", disse Cunha.

Logo após a reunião do Conselho de Ética da manhã desta quarta (9), em que o caso da falsa assinatura foi amplamente debatido, Gurgel subiu à Mesa do plenário da Câmara para conversar com Cunha, durante a sessão. O presidente da Câmara negou que o assunto tenha sido a assinatura.


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