Movimentos feministas e partidos de esquerda fizeram uma marcha da avenida Paulista até a praça da República, em São Paulo, nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher.
Além de defender pautas tradicionais do feminismo, como a descriminalização do aborto e a igualdade salarial, os protestos pediram a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –"inimigo nº 1 das mulheres"–, e o arquivamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Segundo cálculos da organização, cerca de 15 mil pessoas compareceram ao ato. A PM não divulgou estimativa.
Houve confusão quando, ainda no Masp, uma manifestante subiu no carro de som e criticou o governo Dilma. Ela foi vaiada e teve o microfone tirado de suas mãos. Homens do PT e da CUT chegaram a tentar agredi-la quando desceu do carro, mas foram contidos, segundo relato de presentes à Folha.
Embora todos os movimentos organizadores do ato se dissessem contra o impeachment, a pauta foi defendida com mais veemência por organizações ligadas ao PT e até ignorada por alguns coletivos feministas.
As diferentes abordagens quanto à questão geraram disputas por quem ficaria à frente do protesto. A FLM (Frente de Luta pela Moradia), que levou uma enorme faixa "Somos Todas Dilma", levou a melhor, para descontentamento dos membros da Marcha Mundial das Mulheres, que queriam deixar uma faixa do movimento na posição de maior destaque.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi lembrado apenas por organizações ligadas ao seu partido, como CUT e Juventude do PT.
"Nós achamos um absurdo o que houve com Lula, mas hoje é o Dia Internacional da Mulher. O foco é outro", diz Sônia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres.
O ato interrompeu parte do tráfego da avenida Paulista e da rua Augusta durante a tarde. Pouco antes das 20h, chegou à praça da República, onde foi encerrado por volta das 20h30.
Entre outros partidos e movimentos, participam da organização a JPT (Juventude do PT), a UNE (União Nacional dos Estudantes), a UBM (União Brasileira das Mulheres, a Central de Movimentos Populares, o PC do B e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Bruno Fávero/Folhapress | ||
Movimentos feministas protestam na avenida Paulista no Dia Internacional das Mulheres |