Folha de S. Paulo


Policiais vasculharam forro do Instituto Lula e apreenderam PCs

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Colaboradores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram no fim da tarde desta sexta-feira (4) um balanço da ação policial na sede do Instituto Lula e na casa de seus diretores.

Segundo relato das três funcionárias do instituto que receberam os agentes da Polícia Federal, 60 homens participaram da operação. Levaram os computadores, celulares e pendrives. Os policiais vasculharam o forro do casarão onde o instituto funciona e reviraram seus arquivos. Durante a varredura, as três funcionárias –uma secretária, uma recepcionista e uma advogada – tiveram que entregar seus aparelhos de celular, para que ficassem incomunicáveis e não registrassem as imagens da operação.

Responsável pela agenda do ex-presidente, Clara Ant entregou dois celulares, dois computadores e suas agendas aos agentes da Polícia Federal.

A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (4) a 24ª fase da Operação Lava Jato no prédio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho Fábio Luís Lula da Silva –também conhecido como Lulinha.

Essa fase da operação, batizada de Aletheia, apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações.

Em sua manifestação mais contundente desde o início da Lava Jato, a força-tarefa do Ministério Público Federal afirmou em nota que Lula é "um dos principais beneficiários" de crimes cometidos no âmbito da Petrobras.

Lula foi levado para o aeroporto de Congonhas (zona sul), onde prestou depoimento à Polícia Federal.

OPERAÇÃO NA CASA DE LULA E LULINHA

Os carros da PF chegaram às 6h à sua casa, em São Bernardo. Quatro carros entraram na garagem do prédio e cerca de dez agentes ficaram na portaria. A mulher de Lula, dona Marisa, não está na condução coercitiva.

Cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal tinham o objetivo de cumprir, ao todo, 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. São investigados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros, relacionados à Petrobras. A determinação da busca e apreensão foi do juiz Moro, de Curitiba.

A Polícia Federal também realizou uma operação de busca e apreensão no tríplex no Guarujá. Quatro agentes chegaram ao Condomínio Solaris Astúrias por volta das 6h e ficaram lá até 11h15. Eles também ouviram funcionários e moradores do prédio. A chegada dos policiais despertou grande curiosidade entre moradores turistas. "Chama bastante atenção, a gente que mora próximo fica sempre de olho pois sabe que algo pode acontecer", afirmou Vivian Camargo, moradora de um prédio vizinho.

Editoria de Arte/Folhapress

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