Folha de S. Paulo


Delação de Delcídio reforça pressão por impeachment, avalia PMDB

Pedro Ladeira - 17.nov.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-11-2015, 12h00: Lideranças do PMDB, o vice presidente Michel Temer, o presidente do senado senador Renan Calheiros, o presidente da câmara deputado Eduardo Cunha, o ex presidente Jose Sarney, o presidente da fundação Ulysses Guimarães Moreira Franco e demais autoridades, participam do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, no Hotel Nacional, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha em evento do PMDB no final de 2015

A ala do PMDB que defende o afastamento da presidente Dilma Rousseff acredita que, se homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) resultará "na mais robusta peça de impeachment" já formulada contra a petista, o que empurrará o restante da sigla para a oposição.

Após a revista "IstoÉ" publicar detalhes do conteúdo do acordo de delação proposto pelo senador, a bancada do PMDB no Congresso oscilou entre a perplexidade e a expectativa sobre os desdobramentos do mais novo capítulo da crise que dragou a administração petista.

O grupo da sigla que ainda oferece suporte ao governo reconheceu que, se confirmadas, as informações prestadas por Delcídio aos investigadores vinculam pessoalmente a presidente ao Petrolão acabam com o discurso que vem sendo usado por ela para travar o impeachment: o de que, pessoalmente, está fora de qualquer suspeita.

Já a ala que é entusiasta da queda de Dilma vive a expectativa da homologação da delação e de sua anexação ao pedido de impeachment que já tramita na Câmara. Esses peemedebistas também não descartam que um novo pedido de afastamento seja apresentado no Congresso.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acompanhou as movimentações. Pessoas próximas acreditam que, como ele levou à frente uma peça calçada apenas em denúncias de irresponsabilidade fiscal (veja abaixo, no infográfico, os pontos do pedido) –com pouco apelo popular–, Cunha não temeria aceitar um novo pedido formulado com foco nas alegações de Delcídio, que são vistas como mais palatáveis à população.

Pessoas próximas ao deputado chegaram a sugerir que o impacto das novas denúncias teria dado a Cunha um discurso para se afastar da presidência da Câmara.

O deputado poderia conduzir sua sucessão e, assim, negociar uma penalidade branda no Conselho de Ética, se afastando do centro do embate com o governo. A esses, no entanto,o peemedebista rechaçou qualquer possibilidade de deixar o cargo. "Isso está fora de cogitação", disse Cunha, segundo relatos.

Os entusiastas da queda de Dilma esperam as manifestações do próximo dia 13 para mensurar o impacto real das revelações sobre a delação de Delcídio. Nas palavras de um peemedebista, se as atos anti-Dilma no país forem muito grandes grandes, será o fim do governo petista.

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