Folha de S. Paulo


Doria e Matarazzo vão disputar segundo turno em prévias do PSDB

Fotomontagem
O apresentador de TV João Doria, o deputado federal Ricardo Tripoli e o vereador Andrea Matarazzo
João Doria, Ricardo Tripoli e Andrea Matarazzo, disputaram 1º turno em prévias do PSDB

O empresário João Doria e o vereador Andrea Matarazzo vão disputar o segundo turno das prévias que escolherão o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. A nova votação será em 20 de março.

Após mais de seis horas de apuração, o resultado foi divulgado à 1h40 desta segunda-feira (29).

Com 6.216 votos apurados, Doria ficou à frente com 43,13% do total, contra 32,89% de Matarazzo. Em terceiro lugar, com 22,31%, ficou o deputado federal Ricardo Tripoli. O partido ainda analisará 260 votos questionados por problemas técnicos.

Doria é apoiado pelo governador Geraldo Alckmin, enquanto Matarazzo é o preferido de José Serra e Fernando Henrique Cardoso. A antecipação da disputa entre as alas do PSDB para a escolha do presidenciável da sigla para 2018 movimentou os tucanos ao longo do dia.

O primeiro turno da eleição tucana foi marcado por polêmicas, confusões e atrasos na apuração. Antes da divulgação dos números, o ex-governador Alberto Goldman e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, enviaram à executiva municipal uma impugnação da pré-candidatura de Doria.

Segundo a petição de impugnação, Goldman, aliado de Matarazzo, e Aníbal, aliado de Tripoli, alegam que Doria cometeu abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores no dia da votação e infrações da lei da Cidade Limpa.

Quanto ao abuso de poder econômico, o pedido diz que Doria utilizou recursos pessoais excessivos em vez de usar o fundo do partido.

Ao longo do dia, tucanos também atacaram o uso que a campanha do empresário fez de cavaletes.

A prefeitura recebeu denúncias de que Doria estaria desrespeitando a lei da Cidade Limpa ao espalhar propaganda com seu rosto ao redor dos diretórios tucanos.

Doria afirmou à Folha que "eleição não se ganha no tapetão, se ganha no voto". "Lamento que dois respeitáveis dirigentes do PSDB tentem impugnar uma candidatura que disputou com legitimidade, amplitude e entusiamo esta eleição", disse.

A petição, além da impugnação, quer que o PSDB imponha sanções disciplinares a Doria e tome decisão imediata.

Tucanos ligados a Doria minimizaram o pedido e o classificaram como um movimento para "conturbar ainda mais" o clima político.

O presidente do PSDB municipal, Mario Covas Neto, disse que a impugnação não seria analisada neste domingo. "Terá de ser deliberado pela executiva. Agora nós vamos fazer a apuração e divulgar o resultado", afirmou.

BRIGA

O ponto de votação do Tatuapé (zona leste de São Paulo) foi palco de duas brigas no início da tarde.

A primeira confusão ocorreu quando um grupo de homens invadiu o prédio, quebrou computadores e tentou roubar uma urna.

"Eu estava com meu filho de dois anos e eles vieram para cima de mim. Precisei me defender com uma cadeira", contou Beatriz Cerqueira, cuja família apoia Doria.

Ela diz que os homens que entraram no local de votação eram comandados por um morador da área conhecido como Geleia, supostamente simpatizante de Tripoli.

A Folha não conseguiu localizar Geleia, pois, após a confusão, ele havia fugido.

Outra briga ocorreu quando a presidente do zonal do Tatuapé, Vânia Alves, foi levar a urna a um carro que seguiria à apuração. Apoiadores de Doria a acusaram de ser favorável a Tripoli.

Apoiadores de Tripoli e de Doria trocaram chutes, socos e empurrões na rua. Ao menos um homem, um adolescente e duas mulheres se feriram. Vania fez boletim de ocorrência. A PM foi ao local e a votação teve de ser encerrada.


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