Folha de S. Paulo


Em carta ao PT, Dilma defende governo e partido e evita polêmicas

Rodrigo Garrido/Reuters
Brazil's President Dilma Rousseff speaks to the media after a bilateral meeting with Chile's President Michelle Bachelet at the La Moneda presidential palace in Santiago, Chile February 26, 2016. REUTERS/Rodrigo Garrido ORG XMIT: RG10
Dilma fala à imprensa após reunião com a presidente chilena Michelle Bachelet, em Santiago

Ausente da festa de 36 anos do PT neste sábado, a presidente Dilma Rousseff enviou uma carta para ser lida no evento em que faz uma defesa do partido e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e diz que os ataques a seu governo não a "farão recuar".

A mensagem, um aceno ao partido no momento de maior distanciamento entre ela e o PT, não foi bem recebida pela cúpula da sigla, insatisfeita com a ausência da presidente nas festividades e com a agenda econômica colocada pelo Planalto com defesa de temas que contrariam bandeiras históricas da sigla, como a reforma da Previdência.

Na carta, Dilma diz que há um "ataque sistemático" a Lula, ao PT e a seu governo. Em uma das maiores críticas até aqui às investidas contra o partido, aponta uma "moralidade seletiva" na tentativa de "criminalizar e envenenar a sociedade contra nós".

A petista também sai em defesa de Lula. Diz que ele é um "patrimônio político" e que "vem sendo duramente atacado, de forma injusta".

"Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos", escreve.

Sobre os ataques a seu governo, diz que há uma tentativa de "usurpar um mandato legitimamente conquistado nas urnas", para "interditar suas ações e iniciativas".

"Não me farão recuar, pois tenho um compromisso inquebrantável com a estratégia de desenvolvimento pela qual tanto lutamos."

A petista encerra a carta dizendo que seguirá "de braços dados com essa aguerrida militância do PT que, como eu, tem orgulho de empunhar a bandeira vermelha com a estrela branca".

Para evitar novos atritos com o partido, Dilma preferiu não abordar projetos apoiados por seu governo que desagradam à militância, como a reforma da Previdência e a revisão da obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do pré-sal.


Endereço da página: