Folha de S. Paulo


Advogado diz que marqueteiros voltam ao Brasil nas 'próximas horas'

Os advogados do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, enviaram ao juiz Sério Moro documento no qual informam que seus clientes "já agendaram seu imediato retorno ao Brasil", num "movimento que deve ocorrer nas próximas horas".

Santana e Mônica são alvos de um pedido de prisão temporária deflagrado nesta segunda-feira (22), na 23ª fase da Operação Lava Jato. Eles estão na República Dominicana, onde coordenavam a campanha à reeleição do presidente Danilo Medina.

Os advogados afirmam que o casal soube da ordem de prisão pela imprensa. "Mesmo sem ter a informação oficial sobre a existência ou não de mandados de prisão, [Santana e Mônica] informam que, tão logo realizado o desembarque, apresentar-se-ão imediatamente às autoridades responsáveis pela investigação", diz o documento.

Na peça, os advogados ainda dizem que é "mentirosa e leviana a alegação" de que Santana e Mônica "teriam desistido de embarcar em voo que chegaria hoje ao Brasil".

"O referido bilhete aéreo foi emitido pela agência de viagens há mais de uma semana por engano, tanto que cancelado no mesmo dia. Perversa, portanto, qualquer relação que se queira fazer entre esse fato e a operação deflagrada na data de hoje", sustentam.

Os advogados não informaram qual o voo e qual o horário que o casal chegará ao Brasil.

OPERAÇÃO "ACARAJÉ"

A 23ª fase da Operação Lava Jato, intitulada "Acarajé", tem como alvo o publicitário João Santana, que encabeçou campanhas presidenciais petistas, e a empreiteira Odebrecht.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal encontraram transferências de US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões, em valores desta segunda) de investigados da Lava Jato para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro João Santana e pela mulher e sócia dele, Mônica Moura. A offshore, baseada no Panamá, não foi declarada às autoridades brasileiras.

Deste montante, US$ 3 milhões foram pagos ao marqueteiro por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que são atribuídas pelos investigadores à Odebrecht, entre 13 de abril de 2012 e 08 de março de 2013. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT".

A trajetória de João Santana


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