Folha de S. Paulo


Possibilidades de FHC ser processado por dinheiro a ex são pequenas

Bruno Santos/Folhapress/Reprodução/Youtube
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Miriam Dutra
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Mirian Dutra

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem chances remotas de responder a um processo por ter usado, supostamente, uma empresa para remeter recursos para a jornalista Mirian Dutra, segundo cinco advogados ouvidos pela Folha. Os dois tiveram relacionamento extraconjugal por seis anos.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta sexta (19) que técnicos da pasta estudavam se houve crime na versão contada pela jornalista.

Mirian relatou essa versão em entrevista à Folha, na última quinta (18). Ela conta que assinou um contrato fictício de consultoria com a Brasif, que operava free shops em aeroportos no Brasil e no exterior, para que FHC lhe enviasse recursos mensais para custear despesas do filho dela.

Mirian diz que Tomás Dutra Schmidt é filho de FHC. O ex-presidente afirma, no entanto, que dois exames de DNA não provaram a paternidade.

A Brasif diz ter usado uma subsidiária na Inglaterra, a Eurotrad Ltd., para fazer os pagamentos à jornalista. De acordo com comunicado da empresa, FHC "não teve qualquer participação nessa contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif".

Se a remessa a Mirian tivesse sido feita a partir do Brasil, poderia caracterizar crime de evasão fiscal.

Usar um motivo falso para justificar a remessa caracteriza crime de evasão de divisas, segundo cinco criminalistas e tributaristas consultados pela Folha.

FHC disse ter feito outras remessas a Tomás "a partir de contas bancárias declaradas e com recursos próprios resultantes de seu trabalho". Ainda segundo ele, "não tem fundamento, portanto, qualquer ilação de ilegalidade".


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