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FHC diz que vai esperar manifestação da Brasif sobre contrato fictício

Reprodução/Twitter
a jornalista miriam Dutra Schmidt, que falou à Folha
A jornalista Mirian Dutra Schmidt, que falou à Folha

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) afirmou por meio de nota, nesta quinta-feira (18), não ter condições de se manifestar sobre a acusação, revelada pela Folha, de que teria se utilizado de um contrato fictício com a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior recursos para ajudar a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento nos anos 1980 e 1990, a pagar despesas do filho Tomás Dutra Schmidt.

A transferência foi feita, segundo Mirian, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006.

FHC afirma que vai esperar a empresa se manifestar. "Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários."

Em resposta à Folha nesta quarta (17), o ex-presidente negou a informação de que teria bancado Tomás por meio de uma empresa, como Miriam afirmou.

Na mesma nota, FHC admite manter contas no exterior, ter mandado dinheiro para Tomás e ter lhe presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em Barcelona, na Espanha.

O ex-presidente diz que os recursos enviados a Tomás provêm de "rendas legítimas" de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao Imposto de Renda. Segundo ele, as contas estão "mantidas no Banco do Brasil em Nova York e Miami ou no Novo Banco, em Madri, quando não em bancos no Brasil".

"Nenhuma outra empresa, salvos as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos", afirma FHC.

O ex-presidente diz ainda que o repasse dos recursos para que Tomás comprasse o apartamento em Barcelona foi feito por meio de transferências de sua conta bancária no Bradesco "com o conhecimento do Banco Central" brasileiro.

Mirian e FHC


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