Folha de S. Paulo


Réu da Zelotes, ex-diretor do Senado diz que é alvo de perseguição

Ex-diretor de Comunicação Social do Senado e réu na ação da Zelotes, Fernando Cesar Mesquita afirma estar respondendo ao processo sem que haja nenhuma prova contra ele.

Mesquita é acusado de ter recebido R$ 78 mil para acompanhar a tramitação de uma medida provisória que concedeu incentivos fiscais ao setor automotivo, um dos alvos da investigação.

"Não há absolutamente nada contra mim. Desafio provarem que cometi qualquer irregularidade. O que existe é uma perseguição, mas tenho certeza que o juiz não vai ceder à pressão", argumentou.

Ele admite que conhece a maior parte dos lobistas acusados de atuarem em favor das montadoras junto ao governo, como Alexandre Paes dos Santos, o APS, José Ricardo da Silva e Mauro Marcondes.

Justifica, porém, que ocupou cargos públicos e trabalhou na imprensa, por isso manteve relação com os representantes do mais variados ramos.

O ex-diretor da Casa Legislativa diz que jamais atendeu a pedido algum dos lobistas.

"Sou amigo do APS há 30 anos. Ele uma vez me pediu para verificar uma determinada emenda apresentada por Gim Argello (ex-senador do PTB-DF). Eu nem respondi e, depois, ele me falou que encontrou a tal emenda. Claro, tudo era público e transparente no Senado", afirmou.

EMPRÉSTIMO

Mesquita confirma ainda que, em virtude da amizade, pediu dinheiro emprestado a APS, mas que isso não teve qualquer relação com o campo profissional de nenhum dos dois.

"Ele me emprestou, sim, e mais de uma vez. Ele me ajudou em alguns momentos de dificuldades. Uma delas, pelo que me lembro, foram R$ 20 mil (emprestados). Agora, o restante, os supostos R$ 78 mil, não sei de onde tiraram", diz Mesquita.

E concluiu: "A investigação não foi capaz de mostrar nenhum vínculo desse empréstimo com as minhas atividades".


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