A presidente Dilma Rousseff reagiu nesta terça-feira (2) de maneira inusitada ao ser interrompida durante discurso de abertura da atividade legislativa, no plenário da Câmara dos Deputados.
A petista detalhava as políticas do governo federal no combate ao vírus zika, responsável pelo aumento do surto de microcefalia no país, e ressaltou que "se o mosquito não nascer, o vírus não tem como viver".
Nesse momento, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) fez crítica em voz alta. "É o que a senhora vai fazer com as crianças que já estão com microcefalia?", questionou.
A petista ficou desconcertada com a interrupção e chegou a interromper seu discurso. No final de sua fala, contudo, em resposta à tucana, fez um afago a ela e disse esperar contar com a colaboração dela no combate ao surto de microcefalia.
"Antes de concluir minha fala, queria dizer para a deputada federal que conto com a colaboração dela, porque a questão da microcefalia deve preocupar a todos nós", disse. "Sei que a deputada federal é uma pessoa dedicada a essa área. Por isso, conto com a sua colaboração com boas ideias", acrescentou.
No discurso, a presidente também disse ter certeza de que contará "com a sensibilidade do Congresso Nacional" no enfrentamento da doença.
Pela manhã, a petista havia defendido que os países da América Latina formem uma frente de combate ao vírus zika e ressaltou a necessidade dos países trabalharem juntos.
EXENTRICIDADES
Além das vaias e dos aplausos, o plenário foi palco para outras excentricidades na sessão desta terça, de abertura dos trabalhos do Legislativo.
O deputado Paulinho da Força (SD-SP) levou uma versão em miniatura do boneco "Pixuleko", que retrata o ex-presidente Lula vestido de presidiário.
Paulinho, ainda entregou aos colegas duas faixas nas quais se lia: "O Brasil não aguenta mais você. Cai fora!". Elas foram erguidas ao fim da fala de Dilma.
Mas o plenário não se dividiu apenas entre os apoiadores e os críticos da presidente. Boa parte dos deputados que foi à solenidade de abertura dos trabalhos do Legislativo permaneceu inerte ao discurso da presidente.
Nas cadeiras, havia parlamentares conversando, olhando fotos em aplicativos de celular e até dormindo, como foi o caso do deputado Sérgio Reis (PRB-SP). Ele chegou cedo ao plenário, acomodou-se em uma das cadeiras e colocou óculos escuros. O cochilo poderia ter passado batido, não fosse a dificuldade do parlamentar de manter a cabeça erguida.